27 de dezembro de 2012

Pós - Natal

Estes dias não têm sido fáceis já que depois de um Feliz Natal (porque, de facto, foi), o corpo resolveu ceder ao stress e enxaquecas da última semana. Sete (sim, foram mesmo sete) "bombas" para as dores, 600 kms num dia, elevados níveis de stress e a alimentação tipica da época fazem com que ontem (que estava de férias) e hoje (em que devia ter ído trabalhar), tenha estado dividida entre a cama e outra divisão da casa (sim, vou poupar-vos os detalhes...e não, o álcool não teve nada a ver com o caso - pouco ou nada bebi).

Resolução de ano novo: voltar a lembrar-me de "ouvir" mais o que diz o corpo... ou serão mais os dias assim.

20 de dezembro de 2012

Amanhã...

"Qualquer que seja o futuro, continuará a haver as noites de luar, serra de Sintra e o Tejo a correr para o mar..."

José Hermano Saraiva in "Alta Definição", SIC

14 de dezembro de 2012

Dúvidas estúpidas que ás vezes tenho…

Porque motivo, na canção do Zé Cid, a “Anita não é bonita, mas acredita que a noite cai”? Que raio de lógica/ consequência tem isto??? Qual é a relação entre ser bonita e acreditar, ou não, que a noite cai???

Deve haver aqui uma metáfora que me ultrapassa… e “prontos”, era só isto. LOL

13 de dezembro de 2012

dias felizes...

Esta tem sido uma semana feliz. Talvez para me animar/ dar força na próxima (que se adivinha complicada…), talvez por acaso.

Regressei a Lisboa há 3 ( completam-se a 20 de Fevereiro do próximo ano) e este tem sido o único ano relativamente tranquilo a nível profissional. O primeiro em que começo a sentir-me “eu” e de novo “em casa”. Não tanto pela chefia (é o que é e pronto…) ou pela função (estou cansada…) mas porque contra factos não há argumentos e se é esta a minha realidade, o melhor a fazer é viver bem cada dia. Assim, a cada dia que passa, torna-se mais fácil (ou menos difícil) estar aqui. Com estas pessoas, esta função, estes horários.

Vem tudo isto a propósito de algumas coisas boas que estão a acontecer. E ontem recebi um convite que me deixou muitooooo feliz!! :D

A parte melhor, a parte realmente boa, do meu trabalho, é poder lidar de perto com as equipas que me foram atribuídas, as “minhas equipas”. Poder apoiar e acompanhar de perto a evolução. Á medida que nos vamos conhecendo, aprendemos a gostar uns dos outros e é no meio deles que me sinto realmente bem. Uma das minhas equipas, por acaso a preferida, vai fazer um jantar amanhã. E convidaram-me. E eu não sabia do jantar, não esperava nenhum convite e fiquei radiante!!! Pelo que implica :)

Tenho outro jantar amanhã, o da empresa, a que vou muito contrariada. Arrastada, na verdade. E até vou mais pela Rita, a minha colega de quem gosto muito, do que pelo resto. Mas consegui gerir tudo para jantar com a minha equipa e depois, lá muitoooooo mais tarde, ir ter com os outros (com sorte, o jantar acaba tarde e nem vou, LOL).

Do resto… das outras razões porque me sinto feliz esta semana… um dia destes conto ;)

3 de dezembro de 2012

A menina está sempre a sorrir? :D

Foi o que ele perguntou, esta manhã :D
E eu sorri (ri-me, na verdade), ainda mais. Porque lhe respondi que sim, quase sempre :D

Com muito esforço, ás vezes. Mas isso ele não sabe porque não lhe disse. Sem vontade, muitas vezes. Mas sorrir traz sorrisos de volta e eu fico um bocadinho mais feliz.

A menina está sempre a sorrir? Não, mas o teu sorriso esta manhã fez com que o meu sorriso de hoje esteja mais aberto e luminoso :)

30 de novembro de 2012

coisas do inconsciente

Sonhei contigo esta noite.


Com vocês, na verdade. Um sonho estúpido, sem nexo. Embora a minha doutora diga que não existem sonhos sem nexo da mesma forma que a minha garganta não enrouquece por acaso. Talvez sonhemos os nossos medos e angústias. Talvez o sonho tenha vindo porque vos vi tão próximos ainda no outro dia. Talvez seja pela conversa recente, cíclica. Pelo que se fala, fala mas nunca acontece.

Do sonho lembro que me afastava, afastava sempre. Não queria fazer parte daquilo. Mas não sei, não me lembro do que sentia para além disso. Cansaço, impaciência, saturação. Sim. Mais do que isso não sei. Não me recordo triste, zangada, aliviada… talvez confusa. Muito. Sem perceber (mas percebendo) como tudo aquilo era possível. Lembro a impaciência de tentar perceber porque razão insistia em mostrar-me evidências, provas, de que tinha acontecido, que acontecia, que era mesmo verdade e não uma história elaborada para me magoar ou afastar. Não que fosse dito claramente, preto no branco. Mas estavam ali factos: passagens de avião, bilhetinhos com datas recentes, postais das várias cidades com mensagens de ternura...

Coisa estranha, isto dos sonhos. Porque tenho (tive) alguém que me era muito próximo e o fazia com o amor de então. Viviam em países distantes e encontravam-se em várias cidades europeias pelo menos uma vez por mês. Normalmente durante a semana. 2 ou 3 dias. Esses encontros eram-me descritos com bastantes detalhes e entusiasmo. Conheci a pessoa em causa. Gostei da pessoa. Torci, por muito tempo, para que resultasse. Queremos sempre a felicidade dos que amamos.

Era assim este sonho, estes encontros que me eram descritos, estes voos para cidades distantes, não pela distância um do outro, mas para fugir de todos. É curioso que, neste sonho em concreto, com vocês os dois, a dinâmica fosse semelhante. É engraçado como o subconsciente vai buscar estas coisas.

Acordei muitas vezes esta noite (como sempre, aliás) e lembro-me de, a dado momento, ter desejado não retomar, por favor, aquele sonho. Porque acordava, adormecia, sonhava, acordava, adormecia, sonhava vezes sem conta… como se fosse um filme que ficava em pausa sempre que o sono fugia (ou eu fugia do sono) para retomar logo que adormecia. Estava farta, saturada. Já tinha percebido, pronto. Podiam fazer o favor de ir embora e deixar que outro sonho parvo, provavelmente, o substituísse?

Os sonhos são coisas estranhas e este, em várias versões e com dois únicos personagens em comum (tu e eu, embora nem sempre eu vejo “sei” que estamos), tem sido recorrente de há uns tempos para cá. E se em tempos me perguntei “porquê? porquê agora e não antes?”, já não questiono… se a doutora tiver razão e tudo isto fizer, apesar de tudo, algum sentido.

29 de novembro de 2012

Manhãs de Novembro


Gosto de manhãs assim. Lindas. Frias.


Com o sol radiante, sem uma única nuvem no céu. E aquele friozinho bom que me faz sentir tão confortável no casaco quentinho.
Perto de casa, tenho uma escola primária. E gosto, quando saio perto das 09.00 de me cruzar com todas aquelas crianças e pais e mães e avós a caminho da escola. Uns mais acordados e espevitados que outros (que se deixam arrastar, quase a dormir em pé). Quase todos sorridentes esta manhã.

É impossível não sorrir de volta. É impossível não pensar que é o sol, nestas manhã límpidas e frias de Outono/ quase Dezembro, que nos faz sorrir.

6 de novembro de 2012

José Luís Peixoto... outra vez

Na estrada do campo da bola


Às vezes, antes de uma palestra ou uma entrevista na televisão, quando preciso de me acalmar, penso que estou na estrada do campo da bola e que caminho sem pressa, com sobreiros, azinheiras e oliveiras de um e de outro lado da estrada. Não preciso de fechar os olhos, essa imagem cobre-me os sentidos e acalma-me imediatamente. O vagar chega-me a cada gesto e sinto o início de um sorriso tímido nos lábios, como o sorriso do meu pai, como o sorriso do meu padrinho novo quando estava a escutar alguém, como o sorriso de todas as pessoas da rua onde nasci. Esse é um sorriso de olhos brilhantes e serenos, como a Barragem da Fonte da Moura.

Às vezes, antes de entrar num lugar onde está um microfone e gente à espera de olhar para mim, penso que vou na estrada do campo da bola. Ouço os passos das minhas botas na terra, ouço as cigarras que se soltam ao longo do fim de tarde. Até que enfim que o sol amansou. Quando caminho assim, na terra da estrada, sinto as botas nos pés, sinto as pedras debaixo das botas e não tenho relógio, mas são sempre umas cinco ou seis da tarde. E passo por muitos dos campos onde, antes, quando era pequeno, eu e os meus amigos nos lançávamos a correr, escondidos por searas ou a caminho de alguma figueira que, já sabíamos, estava carregada de figos.

Não preciso de fechar os olhos para ver isto, para receber este tempo inteiro. Da mesma maneira, sinto o cheiro da terra, profundo, terra generosa que me fez nascer e que nunca me abandona, por mais longe, por mais cimento que cubra o chão que me sustém. Caminho na estrada do campo da bola, não como uma lembrança de outros tempos, como outra idade. Avanço devagar no presente, no presente absoluto, com a idade daquele instante, exactamente como se estivesse lá.

Em tantos aspectos, eu ainda estou lá.

Com essa liberdade, pode calhar a aparecer um cão que nunca vi, mas que presumo que deva pertencer a algum pastor e a quem faço festas na cabeça. Sinto com total clareza a forma e a textura da sua cabeça na palma da minha mão. Pode também acontecer que me apeteça parar de roda das silvas e escolher algumas amoras, se for tempo delas. São doces e tenho de ter cuidado para não deixarem nódoas na roupa. Mesmo assim, mais habitualmente, apenas caminho. A estrada tem um bom tamanho, permite-me respirar, encher o peito todo de brisas com aroma de seiva, de cardo seco, de terra molhada, dependendo da altura do ano. Em qualquer dos casos, sobre mim, o céu é sempre enorme, eterno, a mostrar-me com o seu tamanho e com a sua eternidade o quando é humano aquilo que me preocupa, tudo o que me diz respeito.

Quando chego ao início da barreira que leva ao campo da bola, já estou capaz de regressar a onde quer que esteja. Raramente preciso de chegar a meio da barreira e ver, lá em cima, ainda a certa distância, uma das balizas do campo, deixado ao cuidado das estações e da natureza.

Então, estou pronto, levo em mim aquilo que sou.


José Luís Peixoto, in revista UP (Outubro, 2012)



coisas que os outros escreveram...


Jogo de silêncios

Andamos neste jogo de silêncios. Há coisas que calamos. Muitas. Eu por isto, ele por aquilo, ou, no fundo, talvez os dois pelo mesmo.

Calo-me para não gritar o que me arde por dentro, para não me ouvir dizer o que sei que ele não quer ouvir.

Este nosso jogo de silêncios vem desde sempre. Enchemo-nos das coisas por dizer, sufocamo-las cá dentro até ao dia em que tudo sai numa torrente, num dilúvio, levando todos dentro. Todos, todos os que fazem a nossa história, todos os dias que nos doem, todos os medos e dores por dizer.

Hoje estou cansada deste nosso jogo.

Xeque-mate.  

in: Histórias de Nós

Quando eu for grande...

Quando eu for grande quero Escrever

Um dia hei-de escrever algo extraordinariamente belo. Palavras bem encadeadas que tirem desta expressão toda a sua presunção e arrebitamento.

Um dia hei-de conseguir libertar-me de mim e dos meus mundos, elevar-me acima do terreno e escrever num fluxo natural, corrido, translúcido, todas as palavras, virgulas e reticências que sejam um elogio perfeito à língua escrita.

Um dia hei-de conseguir toda eu brotar-me em flor, encontrar toda a cadência certa e compasso acertado para mostrar-me de dentro para fora, numa perfeição que me mostre sublime.

Um dia hei-de ser escritora, nem que só por um texto, por uma história, por umas linhas perfeitas, absolutas, leves, que no fim me deixem solta, cheia, feliz.

Depois pego na folha cheia e perfeita, aperto-a no peito, escondo-a na minha caixa dos tesouros e sorrio o meu sorriso mais sincero, porque hei-de ter o meu maior segredo só para mim.  

in: Histórias de Nós

23 de outubro de 2012

Obrigada

Este, podia ter sido um dia muito, muito, muito dificil.
Podia, mas não foi.

Quase ninguém tinha esperança, havia nuvens negras no horizonte. Havia, mas já não há.

Este podia ter sido um dia dificil. Mas não foi.
Que os anjos digam amén.

18 de outubro de 2012

Hapiness



16 de outubro de 2012

Os livros que eu amo...


"A Caverna", pág 187 - José Saramago

10 de outubro de 2012

Um Danúbio quase azul…

Regressei a Budapeste este verão. 5 anos depois. E, tal como esperava, (re)descobri uma cidade completamente diferente. Porque a percorri (a pé e de autocarro) de forma diferente da 1ª. Porque a revisitei com quem tem muito mais em comum comigo na maneira como visitamos as cidades e conhecemos o mundo. Acho-a bela. E sinto-me bem em Budapeste.



Apesar de uma dúvida (que me atormentou até ao último dia – cheguei a sonhar com isso!): não há gatos de rua em Budapeste… nem um!! Ora… há gatos em todoooo o lado. O que é que eles fazem aos gatos??? Há imagens de gatos em recordações, papel de embrulho, malas e malinhas… deduzo que gostem de gatos. Mas não se vêm. O que não é normal, é preocupante…

No último dia, finalmente, vi um gato!!! Não era de rua, estava numa loja (mais propriamente a tratar da higiene nas escadas de uma loja e depois entrou). Fiquei tão mas tãoooooo feliz que tive de o fotografar!!! Foi a fotografia mais desejada por esses dias.




Antes, na mesma manhã, fui comprar pilhas a um supermercado e confirmei que, de facto, há gatos em Budapeste… dentro de casa: havia comida á venda :D

Mas a preocupação continua… porque de facto não há animais vadios em Budapeste (gatos ou cães). Há cães por todo o lado (de todas as raças e tamanhos que possam imaginar! ) mas sempre com dono. Será que há por lá algo parecido com “a carroça” que os apanha na rua e…. Arrghhhhhhh!!!

Faz-me imensa impressão… até porque de repente também não me lembro de ter visto gatos em Viena d’Áustria, por exemplo…

Mas, voltando aos dias em Budapeste, as pessoas são simpáticas em todo o lado (mesmo as que não falam Inglês) e se nos virem na rua com ar de quem está a tentar ver alguma coisa (do tipo: quais as linhas de metro que passam naquela estação) dirigem-se a ti e ajudam-te :)

Há imensas casas de banho públicas e muito limpas o que é fantástico e pouco comum noutros lugares. É verdade que se paga (150 ou 180 florins) mas há muitas por aí em que se paga e nem por isso estão limpas e bem cheirosas…

A mais extraordinária de todas, foi num café junto á Basílica de Sto. Estevão – não exatamente pública, portanto. Para poderes ir á casa de banho, para entrar, tinhas de marcar um código (exatamente, um código). Parecia que estávamos a abrir a porta num daqueles prédios sem chave ou a aceder a alguma área de acesso restrito… fabuloso!! E onde é que estava o código???? No talão que te davam quando consumias. Sem consumo… não há código. Sem código… não entras. Mesmo perguntando ao balcão qual era o código (e vi pessoas a fazer isso) não to dão. Informam, gentilmente, que está no talão. Se não tiveres… nada feito. Portanto… é paga, sem ser. Não precisas de pagar mais do que já consumiste.

Acho a ideia fabulosa!! Passam ali milhares de turistas (é um dos pontos chave de Budapeste, Sto. Estevão é o Santo padroeiro da Hungria) e é a única maneira de garantirem duas coisas: não são invadidos por quem só quer ir à casa de banho e garantem que as instalações estão sempre impecáveis!!

Tirei muitas fotografias, como se nunca lá tivesse estado: á milhares de detalhes, pormenores… centenas de estátuas por todo o lado: nos jardins, nas praças, nas ruas…e fantásticas que são:


Como não fotografar??? Como não querer guardar a memória para revisitar mais tarde? Não é por acaso que, euzinha, tirei umas 510 fotografias… com mais cento e poucas que mamãe tem :) . Como é possível, não é verdade??? Afinal… já lá tinha estado…

É certo que estive mais tempo e visitei com mais detalhe lugares onde, da primeira vez, os meus companheiros de viagem não quiseram entrar (quase tudo é pago e, ás vezes, muito caro). Da outra visita tenho 89 fotografias.. sendo que, com muita pena minha (que não gosto desse tipo de fotografias) aparece quase sempre um dos outros dois marmanjos (ou mesmo os dois!!). Eu bem dizia que não, mas eles metiam-se na foto!! Grrrr… Talvez convenha explicar que nenhum daqueles dois tontos se lembrou de levar máquina, tínhamos mais duas cidades para visitar e a minha máquina de então não suportava mais que 100 fotografias… nem tinha cartões de memória compatíveis. Passei o tempo a ter de escolher as fotos que podia apagar (quase todas com eles os dois e sempre que tive oportunidade de tirar outra ao mesmo local). Mas… 600 e tal fotos mais 89… mesmo apagando algumas… é muita foto!! LOL

Uma das coisas que fizemos (eu não fiz exatamente o mesmo da outra vez mas foi esse o canal de regresso a Budapeste a partir de Viena) foi um passeio no Danúbio… descobri mais tarde que era uma das coisas que mamãe mais queria fazer! Quem diria? Mas, como dizia mamãe: o Danúbio é o Danúbio… quem não conhece a valsa de Strauss??? E desta vez, por efeito da luz talvez, o Danúbio (que tem um tom meio para o verde) estava quase, quase azul… :D





Houve outras coisas que pensei que mamãe quereria fazer e não quis, por exemplo: passar algumas horas num dos muitos complexos de banhos de Budapeste. Quase todos lindos por dentro e por fora e com águas termais fantásticas!! Acha que não gosta e que seria uma perda de tempo e dinheiro (4.000 florins por 4h) quando há outras coisas para ver… eu estive uma manhã inteira no Géllert da outra vez e foi um momento memorável. Por isso achei que seria bom. Mas não quis. E eu não insisti.

Mas também houve algumas em que insisti e acabou por dar a mão á palmatória. Por exemplo: não queria esperar 40 minutos para poder visitar a igreja da Gruta mas reconheceu que tinha valido a pena e que ainda bem que insisti :D

E também se fartou de me gozar!! Coisa feia mamãe, gozar com a filhota!!! ;) : por causa dos gatos, claro (dei por mim a sonhar que os matavam todos e enterravam numa vala comum… que horror!!!) e, principalmente, por causa da mão mumificada de Sto. Estevão.

A maior relíquia da Hungria é a mão mumificada de Sto. Estevão. Na Basílica, existe a igreja da mão onde está exposta, dentro de uma urna de vidro e pratam, que por sua vez está dentro de uma vitrine e a uma altura razoável dos visitantes. Portanto… não se vê nada!! LOL


Insisti para que lá fôssemos (eu já tinha visto da outra vez) o que implicou regressar á Basílica (estavam a dar missa na primeira visita e como a capela é perto do altar fecham-na nessas alturas). Não fizemos nenhum desvio para lá ir, porque era um dos caminhos possíveis mas… fui gozada o tempo todo!! Que importante, impressionante que era… não se vê nada!! E ria-se (ainda ri, quando se lembra…). O que é um bom sinal. Do quanto estava a gostar de ter ido e de como foi boa esta viagem (caso contrário ia implicar comigo o tempo todo).

Muitas outras coisas interessantes acontecem em Budapeste... as esplanadas com cobertores para os momentos mais frios, os parques e "castelos" em cada esquina... a linha "Milenium" do metro feita de madeira... as muitas pontes que ligam Buda a peste... o café mais belo do mundo. E tanto, tanto mais.



Não vou cansar-vos com relatos da viagem (algumas fotos que aqui partilho já dão para ter uma ideia) mas tenho de vos contar duas coisas:

Em todas as igrejas está o nosso Sto. António :D motivo de orgulho porque é nosso, é Português, é Lisboeta e sou fã dele!! Mesmo que, em alguns casos, o associem a Pádua… a malta perdoa :) Na igreja da gruta e na Basílica de Sto. Estevão, está Nossa Senhora de Fátima. Lembro-me de ter ficado comovida da 1ª vez que lá fui porque não estava nada á espera e de repente… lá estava. É engraçado como, lá fora, estas coisas nos tocam de outra maneira :D



A “Casa do Terror, em Budapeste, é impressionante… mesmo sem entrar, impressiona e comove. Foi sede da Policia no tempo do Nacional Socialismo Húngaro de Szálasi-wing Em 1944 quando os Nazis Húngaros chegaram ao poder e centenas de pessoas foram torturadas e executadas; em 1945 a Hungria foi ocupada pelo Exército Soviético, o edifício foi transformado na PRO (Politikai Rendészeti Osztály), polícia secreta.



O terror em Budapeste teve duas faces: a nazi e a soviética. Mas isso não invalida que agora o Museu do Terror seja inteiramente dedicado a um corpo: o corpo húngaro, o mesmo que infligiu o ódio e sofreu os males de guerra nos últimos 80 anos. O museu, ou Casa do Terror, situa-se no edifício que durante anos alojou a polícia política magiar – que tanto colaborava com os nazis como pactuava com os soviéticos. Agora, a sua existência é uma espécie de expiação histórica com nota de culpa (algo que seria decente acontecer com um Museu da PIDE em Portugal). Tirando a ideologia, o que sobra? Sobra um dos melhor ilustrados e eloquentes museus históricos do mundo.

E impressiona e comove, mesmo do lado de fora… é impossível não ficar em silêncio e não prestar homenagem àqueles homens e mulheres que lutaram a favor do que acreditavam e, por essa única razão, foram torturados e mortos…


Aqui, mais do que em outros lugares onde estivemos, sente-se o "peso da História":

  • Sissi foi coroada Rainha da Hungria na igreja de St Mathias;
  • Existem edifícios onde ainda são visíveis as balas da revolução de 1848 (A revolução húngara de 1848 foi uma das muitas revoluções desse ano, fortemente ligada às revoluções na área sob domínio dos Habsburgos. A revolução na Hungria chegou a degenerar em guerra pela independência do Império Austríaco. Muitos dos seus líderes, incluindo Lajos Kossuth e Sándor Petőfi, estão entre as maiores figuras da história da Hungria, e o aniversário do dia de início da revolução (começou em 15 de março) é um dos três feriados nacionais.) .
  • quase todas as pontes (e muitos edifícios) foram destruídos durante os bombardeamentos da 2ª Guerra Mundial e voltaram a erguê-los.

E claro, na "Casa do Terror".

Gostei muito de revisitar Budapeste. Nunca me teria passado pela cabeça lá voltar mas, a verdade é que, de repente, me apetece voltar também a Bratislava e Viena D’Áustria. Para as (re)descobrir.

Foram bons, estes dias. Mesmo com a “birra das 4” como lhe chamei. Todos os dias, por volta das 4, mamãe reclamava que estava muito cansada, que não podia mais, que preferia não ver isto ou aquilo do que andar, fosse lá o que fosse que era preciso… eu, na maior parte das vezes, ouvi sem responder. E passava minutos depois :) . Principalmente depois de perceber que eu também estava cansada e, ainda por cima, com dores de cabeça. E nunca reclamei. Mesmo perante as indecisões: quero muito ver isto, já não quero ver isto.. :) foram muito boas as férias e dias de boa recordação.


Eu sei: estamos em crise. Não são fáceis os tempos que se avizinham. E eu devia ter poupado dinheiro ao invés de o gastar em viagens… mas viajar é a melhor coisa do mundo e eu prefiro abdicar de outras coisas mas, de vez em quando, lavar a alma :)

18 de setembro de 2012

Querem a tradução? ;)

Parece que é desta

Consta que daqui a uma ou duas semanas lá vai ele outra vez… para Angola, como queria. Finalmente.

Espero que esteja contente. Com ele nunca se sabe porque fica sempre com aquele ar de quem carrega o mundo às costas. Mas torço por ele, apesar de tudo. Para que encontre o que procura por lá. Uma “astróloga” disse-lhe que noutra encarnação ele foi capataz de escravos e que só lá seria feliz. Suponho que acredita. Que leva tudo aquilo muito a sério. A ponto de deixar para trás, sem hesitação, tudo o existiu até aqui.

Não sei se voltará. Se alguma vez voltarei a estar, lado a lado, com ele. O mundo dá muitas voltas e ele tende a desaparecer e a ficar em silêncio. Estaremos, como sempre, deste lado. De coração e braços abertos.

E só me resta desejar que seja muito, muito, muito feliz :)

PS: não era bem neste crioulo (haitinano) que queria escrever o texto… mas não encontrei o crioulo angolano (também não procurei muito, LOL).

17 de setembro de 2012

Li sanble ke sa a se

Apparemment isit la yon semèn oswa de gen li ale ankò ... pou Angola, kòm te vle. Finalman.

Mwen espere ke w ap kontan. Ansanm avè l 'ou pa janm konnen paske li se toujou la avè lè a nan yon moun ki pote mond la sou do l'. Men, mwen sipòte l ', menm si. Pou jwenn sa w ap chèche pou la. Yon "astrolog" te di li ke li te jeran nan yon lòt enkarnasyon nan esklav ak ki ta gen sèlman kè kontan. Mwen ta kwè ou kwè. Li pran tout bagay trè seryezman. Pwen nan kite dèyè, san ezitasyon, tout bagay te egziste jusqu '.

Pa konnen si mwen pral retounen. Si ou janm tounen vin jwenn dwe kòt a kòt avè l '. Mond lan vire epi li gen tandans fè disparèt yo epi yo dwe silans. Nou pral, kòm toujou, sou bò sa a. Kè ak ouvè zam.

Apre sa, mwen ka sèlman vle se sa ki trè, trè, trè kontan 

PS: pa t 'sa a negrès bon ki te vle ekri tèks la ... men se pa yo te jwenn Angolè an kreyòl 

5 de setembro de 2012

Esta Lisboa que eu amo...*

"As cidades não são apenas espaços de prédios e vidas e monumentos e pessoas desconhecidas. São, acima de tudo, partes do nosso ser, da nossa vida, dos nossos sentimentos, das nossas memórias; camadas e camadas de vivências humanas que se vão sobrepondo, umas sobre as outras."

in "Quando Lisboa Tremeu", Domingos Amaral

* mais algumas cidades por esse mundo fora...

Um "cadito" amachucada... :\

Há coisas que nem têm assim tanta importância mas que nos "amachucam" um bocadinho, sabem? Nunca sentiram isso? Não é que nos deixem exatamente "tristes" mas... ai!! Como os cortes das folhas de papel que quase não se vêem mas doem que se farta por um tempito.

É assim que me sinto hoje. Ontem também. "Amachucada". Não chega para "tapar o sol" e também não altera a minha disposição geral mas... ai!

Quando desejamos ao outro, a quem queremos tanto bem, que a vida seja melhor que todos os desejos e sonhos do mundo, não esperamos exatamente um agradecimento. Mas pelo menos um sorriso. Porque nos lembrámos. Um sorriso teria sido maravilhoso!! Em vez disso... silêncio absoluto.

Há distâncias maiores, tão maiores que os quilómetros que nos separam e isso, isso "amachuca um cadito"...

3 de setembro de 2012

Daqui a quase nada... vou andar por aqui ;)

Sitios que adoro, pela paz, pela beleza...

São dois regressos. Com meses e anos de diferença respetivamente.
Com a antecipação do prazer da (re)descoberta :)



"Já lá estou, antes de chegar" :)

31 de agosto de 2012

Coisas que me fazem sorrir :)

Vejam só as figuras tristes que eu faço logo pela manhã:

não é que vesti a camisola do avesso e só me apercebi em plena rua, quase a chegar ao metro??? E nem sequer tenho a desculpa de me ter vestido às escuras porque o quarto já estava cheio da luz da manhã, LOL

Ainda pensei mudar ali mesmo mas depois… naaaaaa. Havia gente a passar e, ao contrário dos rapazes, que despem a camisola, na boa, por tudo e por nada :P , toda a gente fica a olhar para uma mulher se o fizer (não que vissem mais do que se vê na praia mas pronto: underware é underware!).

Mas troquei no metro, hi, hi, hi… não estava rigorosamente ninguém nas plataformas (os metros tinham acabado de passar) e aquilo faz-se em poucos segundo. Virei-me meio de lado (eu apanho o metro num dos extremos da plataforma),ligeiramente inclinada para a parede e voilá!! Ainda estive algum tempo sozinha, foi muito tranquilo! E, pelo menos, não ficou toda a gente a olhar no metro :)

Agora… diz o povo (que tem sempre razão, claro!) que quando vestimos roupa do avesso, é sinal que vamos receber uma prenda… huuuummm… o que será? ;)

29 de agosto de 2012

Pequenas coisas que me deixam feliz :)

Hoje é um dia feliz.

O Shakespeare dizia: "sinto-me sempre feliz, sabes porquê? Porque não espero nada de ninguém..."

Não chego exatamente a esse ponto mas, reconheço, sou mais feliz quando não espero nada, ou muito, do que nos momentos em que acho normal, e expectável, algum retorno.Talvez seja por isso que hoje me sinto tão feliz a ponto de sorrir de mim para mim cada vez que penso nisso :)

Hoje recebi uma mensagem de muito longe, cheia de ternura, de um amigo muito querido. De quem nunca me sinto longe, mesmo sabendo a distância. E foi isso que recebi hoje, a certeza, se dúvidas houvesse, que o inverso é verdadeiro.

E é tão bom, como aqueles abraços bons que recebemos (e damos) de vez em quando :)

Hoje convidaram-me para "pagar" um café. O que foi querido porque fico sempre feliz quando o vejo, quase sempre mais tranquila quando partilho com ele, e lhe peço opinião, algumas agruras, ou desconfortos, no meu "cantinho".

E hoje, o que me (nos) deixou feliz, foi descobrir que, por qualquer razão, o café foi tão curto! Sem nenhum motivo, quase sem darmos por isso. Foi ele o primeiro perceber. E a "reclamar". No próximo, que será certamente em breve, já combinámos que nos sentamos, para haver mais tempo para conversar um bocado. Parece uma coisa tão banal, não é? Mas sentir, uma vez mais, que o prazer de conversarmos é mútuo é tão bom!

É como aqueles abraços bons, que recebemos (e damos) de vez em quando :)

São "pequenas coisas", não são? Mas são tão grandes! :)

20 de agosto de 2012

:)

Hoje chamaram-me “meu anjinho da guarda”. E eu sorri.

Porque não sou. Somos “anjos da guarda” quando queremos o bem dos que amamos? Quando procuramos, na medida das nossas limitações, dar afeto e remediar injustiças?

Hoje disseram-me que continuo elegantérrima. E eu sorri.
E fiquei surpresa pela surpresa… não era suposto estar? Não é normal que esteja? Não foi sempre assim?

Hoje, um amigo não quis sê-lo porque quer mais do que lhe posso dar… e é pena porque gosto muito dele mas não tenho mais para lhe oferecer. Deixa-me triste, tão triste… e a pensar que o contrário é mais fácil. Pelo menos para mim que estou, ou estive, do outro lado e por isso sei o que sente. Queria poder dar-lhe o que me pede, mas não posso. E é triste sentir, e saber, que é isso que nos afasta. Porque gosto, realmente, muito dele.


Hoje recebi uma foto linda, no telemóvel, do meu amor pequenino, e sorri.
Porque a recebi, de certeza, pela tristeza. Porque sabiam, com todo o amor que o gesto implica, que me ia fazer sorrir.

Hoje a minha mãe descobriu que estou triste. Mais do que podia ter imaginado. E ficou surpresa, embora tenha negado. Fica sempre. A médica disse-lhe. Que eu estou muito mais triste que ela. Não sei se será assim tão surpreendente. Mas para ela foi, porque se esquece quase sempre que estou doente. Tão ou mais que ela.

A culpa é minha, eu sei. É mais difícil, dá mais trabalho, sorrir para além da tristeza. Estar feliz, apesar disso. Mas faço por isso.

São momentos. Menos agora, já foi pior. Talvez um dia passem. Ou não. Mamãe nem sequer tenta. Por isso está sempre a queixar-se… porque, diz, é pior não falar. Talvez seja.

Às vezes pergunto-me se esta parte de mim nunca deixará de ser triste, profundamente triste. E penso se não terá sido sempre assim.

O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita. E eu não tenho essa capacidade de falar de mim. Muito menos de me queixar do mundo. É-me mais fácil calar. Mas muito mais doloroso.

Difícil, muito difícil, falar. Foram poucas as exceções ao longo dos anos, as pessoas com quem senti esse tipo de conforto que me leva a falar de mim… incluindo da parte mais negra e insuportável de mim. Foram desaparecendo, devagarinho. Porque a vida nos vai afastando ou porque deixaram de ter paciência. Ou talvez tenha sido eu, sem dar por isso, a cobrar demais o que não têm obrigação de dar. Mesmo que eu vá descobrindo que sim, que também têm obrigação. Alguma, pelo menos. Não é só receber. Pena que pareça isso… uma obrigação.

E, eu sei, estou mais exigente agora. Peço mais. Costumava achar que não tinha o direito de pedir na medida em que dou. Descobri que mereço mais. O retorno é importante.

A minha dra. faz-me falta. Regressa em breve. Com ela é mais fácil falar. Talvez porque a sei ali, disponível para me ouvir. Pago-lhe para isso, eu sei. Mas vai muito além disso. Há empatia, preocupação, interesse pelo que é dito. Há perguntas…

Há “raspanetes” e discordâncias… deixa-me a pensar… digo-lhe que coisas que não sabia que tinha para dizer… descubro coisas terríveis, de mim e dos outros. E fantásticas também:)

Mesmo que muito fique calado. Nem sempre é fácil verbalizar.

É preciso um furacão para limpar o mar? Talvez não… mas que o deixa mais azul e transparente que antes eu sei, porque já vi.

A trovoada, a chuva intensa, limpa tudo… as lágrimas nas conversas com a dra, os apertos no peito, as gargalhadas pelas descobertas felizes… são a minha chuva. Preciso de chuva. Talvez chova em breve…

13 de agosto de 2012

Secar as lágrimas

Atender o telefone e ouvir do outro lado "Ca... vem..." eu vou meu amor, eu vou. A tia vai só tomar um duche rápido e vou já para aí.

Voar a pé a distância que nos separa e chegar, outra vez transpirada, para descobrir, feliz, que desde cedo pergunta por mim, qualquer coisa acha que sou eu, até que finalmente lhe perguntam se quer telefonar á tia para lhe perguntar se vem.. sssim.

E ouvir, do outro lado da linha, a voz mais doce do mundo a chamar por mim.
E descobrir um sorriso imenso, aos pulinhos, porque cheguei e não adianta, por muito que o mano e a avó tenham dito antes que faziam o que ele queria, "nãooo! Ca...", para perceber que a urgência era um filme novo para ver no DVD, no pc, mas, mais importante que tudo, ao meu colo, abraçado ao meu braço, com um sorriso lindo e o beijo que só ele tem, de vez em quando, na minha mão...

Meu amor pequenino é tão grande. Saberás tu, meu amor lindo, o quanto me fazes feliz? O quanto o teu sorriso, a tua voz, a doçura com que dizes o meu nome, limpou as lágrimas e a tristeza dessa manhã?

Meu amor pequenino é tão grande...

7 de agosto de 2012

Quase, quase a fazer um ano...

Magoei ligeiramente o meu pé magoado. E agora doi... não muito, mas doi. Foi por isso que me lembrei: por estes dias fará um ano.

Torcer o pé, apesar das dores e dos incómodos (aquelas muletas eram um desatino!!) acabou por ser uma coisa boa na minha vida. Mal sabia eu, ao entrar no primeiro dia naquela sala de fisioterapia, que ali iria passar mês e meio de sessões diárias (com exceção dos fins de semana) que tão bem me fizeram ao pé, á alma e á auto-estima.

Num tempo muito complicado da vida, em que quase tudo era negro e triste, aquelas horas (que aumentaram de 1h para 4h) eram muitas vezes a melhor parte do meu dia. Com sorrisos à chegada e à saída, muitos exercicios feitos em ambiente descontraído e muitos risos.

Daqueles dias guardo a ternura de renascer e um amigo. E alguma dor, ainda, no pé magoado :)

1 de agosto de 2012

Pequenos prazeres...

A caricia morna do sol nos meus ombros nus, depois de uma tarde inteira debaixo do ar condicionado...

23 de julho de 2012

Coisas que não sentimos...

Eu devia escrever que o regresso me deixou radiante ou, no minimo, feliz. Mas não consigo. Não sei dizer-te porquê mas não senti o que esperava sentir...

Talvez devesse sentir alguma fúria, alguma irritação. Mas não sinto.
Se calhar explicava porque não me sinto feliz.

Suponho que me habituei a esta ausência que não entendo, que é injusta, que ninguém mereceu. E já disse tudo (e tanto que eu disse sem querer dizer!) em nome de quem não dizia.

Não perguntei as razões. Nunca vou perguntar. Porque não as há, certamente. Alertei para a dor, para a injustiça, para a maldade de tanta ausência que fazia sofrer tanto. Por duas vezes.

E não tive, nunca, resposta. Porque razão a teria agora?
Talvez por isso não disse nada, calei o que poderia ter dito e não disse. Sei que não adiantaria nada, do outro lado teria silêncios ou, na melhor das hipóteses, respostas como "com uma mensagem daquelas o que é que esperavas que te dissesse?".

Ele não sorri. Nem mesmo com o olhar. Não parece contente. Permanece ali, alheado de tudo, como se estivesse sempre noutro lugar qualquer. Quase sempre em silêncio. Sem perguntas e sem respostas.

Talvez por isso eu, que era a última a estar com ele, não disse nada... fiquei ali, a conversar com ela enquanto ele permanecia em silêncio.

E quando falei, quando finalmente fiz uma pergunta, era quase distante, quase impessoal. A pergunta que teria feito a alguém que podia não ser ele: "então e o que é que vais para lá fazer?" Porque está de regresso ao lugar de onde não quis voltar. E parece ansioso.

Então falou, falou muito. Do que vai fazer, do que fez. De coisas que lá se passavam, da vida por lá "muito caro, perigoso...". Então perguntei: "se é assim tão mau, porque queres tanto voltar?".

"Porque amo e odeio aquele lugar. Porque cá não consigo trabalhar."
Arrisco-me a dizer que lá se sente livre de obrigações que cá teria e percebeu que é assim que quer viver.

Pelo meio, uma reaproximação feliz. Mas não foi sempre mais feliz a nossa relação? Mais cumplice, mais próxima? Acho que sim. Por isso, talvez por isso, não estranho o silêncio dele, a distância. Há tanto tempo que era assim... só não parecia.

Não sei, se após a partida, voltará algum dia. Ninguém sabe. Muito menos mamãe ou a (ex)mulher? dele.

Receio que não vá sofrer por isso. Suponho que me habituei a esta ausência...
O que tiver de ser... será.

18 de julho de 2012

As saudades que eu tinha de os ver jogar...

Figo, Rui Costa, Pauleta, Dimas, Petit... ah que saudades eu tinha de os ver jogar! Daquela alegria, daquele prazer, daquele "saber fazer".

Quem foi Rei, nunca perde a Majestade... Figo e companhia que o digam :)

Resiliência...


11 de julho de 2012

Rai’s parta o puto!!!

Durona, durona… mas quando ele vem á baila… é isto!!! Raio do puto que magoa tanto!!! Que só olha para o umbigo dele!!! Faz o que quer, está-se nas tintas para toda a gente… e falar nele, sobre ele… deixa-me assim???


Rai’s parta o puto!!!

10 de julho de 2012

Quando alguém escreve assim...

... pergunto porque insistem em ler-me? Porque insisto em escrever. Quando há quem escreva tão melhor, tão mais claramente que eu aquilo que eu sinto de vez em quando...

Histórias de Nós

Aquilo que gostava de vos dizer e não consigo.

Há muitos anos, a minha amiga deu-me um caderno lindo, A4, de capa dura, cheio de flores, de folhas lisas. Em branco. Para escreveres um livro. Como as cartas, e tantas que eram, as cartas. E longas, tão longas... os "testamentos" que mais tarde viraram mails e agora, devagarinho, se perderam com o msn.

As cartas sem resposta, quase sempre. Pelo menos na medida das que eram enviadas. Que diziam tanto. Que não diziam nada.

Continua em branco, o caderno liso, lindo, A4, de capa dura, cheio de flores, que a minha amiga me deu há tantos anos.Se eu escrevesse assim... talvez estivesse cheio, o caderno lindo. De mim, para ela.

Sorrisos...

E depois há a tua ternura... que me faz sorrir sempre :)
Com esse "abraço" tão doce que tens sempre, mas sempre, para mim.

Gosto muito de ti :)

9 de julho de 2012

****

Porque será que, de vez em quando, aquilo que devia deixar-nos felizes, que normalmente nos deixa felizes, de vez em quando nos faz sentir ainda mais tristes...?

5 de julho de 2012

Esta tristeza sem fim...

... parece ter-se colado como uma segunda pele em mim... como se todos os dias, todas as manhãs, em algum momento, ao acordar, estrangulasse a garganta e enchesse o olhar de lágrimas que nem sempre correm... mais um dia aqui.

E as horas que não passam, e o dia que não anda. E hoje que devia ser sexta e ainda não é. Para quase não reparar que foi sábado ou domingo e começar tudo outra vez. Em dias quase sempre iguais. E tristes.

24 de maio de 2012

Quando lhe perguntaram...

What about you? Is there someone in your life?  "... no... but there is the dream of someone else..."

9 de maio de 2012

Acordo e adormeço com dores… tenho sonhos estranhos em que me dói a cabeça e quando acordo não é a cabeça mas o joelho que dói, dói muito. E descubro-me deitada, de barriga para cima, com os joelhos dobrados (como se estivesse na praia). Adormeço de novo apenas para acordar pouco depois, sobressaltada, são 5 da manhã e agora sim, dói-me a cabeça. Levanto-me, mudo de almofada, mudo a posição do joelho. Ainda é cedo Ginja, não mies, deixa-me tentar fechar os olhos e dormir um bocadinho (não muito ou das dores de cabeça vão ficar e não as conseguimos mandar embora - por muito que o corpo peça cama e sono).

8 de maio de 2012

02 de maio

Este ano não me lembrei. Sem me ter esquecido, não me lembrei. Vê bem… lembro-me sempre, penso nisso muitas e muitas vezes. Por vezes diariamente. Por minha causa, esta “bombinha” no peito que não me deixa esquecer. Por tua causa, também. O nome que ultimamente insisto em trocar a propósito de nada… as vezes que toco no assunto com tanta frequência… porque me falam de ti. 5 anos. Já passaram 5 anos. E não, não é minha a memorização mórbida da data. Acontece que coincide com o mais célebre desaparecimento de criancinhas dos últimos anos (desculpem, a miúda não tem culpa - torço para que esteja viva e feliz - mas é tão injusto este tratamento tão desigual quando tantas crianças desaparecem todos os dias…). Por isso reparei que foi a primeira vez, nestes 5 anos, que não acendi a vela, literal ou metaforicamente, em tua memória. Não que seja realmente preciso, sabes? Mas acontece, simplesmente, que reparei. E 5 anos depois, continua a ser tão injusto e desleal como no primeiro dia. E por tua causa (e por minha, e pela das amigas de mamãe e por tantas e tantas e tantas outras) corro e vou e participo e doo o meu tempo e o que posso a esta causa. E um dia, verás, vai valer a pena.

27 de abril de 2012

As pessoas boas não deviam morrer…

… cedo, pelo menos. E eu acho que ele era uma pessoa boa. Dele só sei o que os discursos e a postura (politica e não só) me foram mostrando pela televisão e pela imprensa. Li algumas das coisas que escreveu. Li e ouvi o que a mãe e o irmão disseram dele ao longo dos anos. E talvez por isso, por ser tão unida aquela família em que todos eram, são, tão diferentes uns dos outros, gosto dele. Porque a coerência não implica guerra ou cisão. Porque podemos ser gentis na diferença. Deve ser por isso que todos falam do homem, mais do que do politico, com respeito. E eu sei que nesta altura se diz sempre bem… mas nestas coisas costuma ser do politico, mais do que do homem. E aqui não é. E depois há a família… aquela mãe de que eu gosto tanto e que deve estar a sofre horrores (não devia ser assim… os filhos não morrem antes dos pais…) e aqueles irmãos… o cancro é tão injusto! E eu admiro sempre a força, a coragem de quem o enfrenta desta forma, até ao fim. Miguel Portas dizia “Ao chegar ao fim da vida, posso partir com tranquilidade”. Estou certa que sim.

15 de abril de 2012

Incoerências…

Podemos ter ciúmes da felicidade dos que amamos? Se os amamos tanto, se gostamos tanto deles, se queremos tanto que sejam felizes, se nos preocupamos tanto quando não parecem estar, quando os sentimos tristes e sós… porque razão surge aquela pontinha de ciúme absurda quando os vemos assim, felizes, ao lado de outras pessoas?


Aquele lugar nunca foi nosso, de alguma forma nunca o quisemos para nós... nunca fomos assim, sempre fomos e sempre seremos diferentes, únicos, especiais e ainda assim… podemos ter ciúmes, ainda que absurdos, pequeninos… podemos sentir-nos excluídos, da felicidade dos que amamos?

5 de abril de 2012

Francisco Sá Carneiro

Eu já tinha uma profunda admiração por ele enquanto politico... lembro-me do choque no dia da sua morte apesar de ser ainda muito jovem.  Agora fiquei a admirar, mais que o politico, o homem. Alguém capaz de amar assim é certamente alguém muito especial.




De Snu não sabia nada... achei interessante saber. Mas foi, uma vez mais, a estatura, politica e humana deste homem, que me comoveu e deixou rendida.

Também se viaja assim...

4 de abril de 2012

"Tudo o que disseres agora, eu acredito"







Nostalgia :)

O post que se segue tem tudo a ver com nostalgia. Nostalgia de viagens. De viajar. De aeroportos, de aviões, do ritual do check-in... de preparar a viagem... de sonhar... da partida...

Talvez porque é primavera, talvez porque se fala muito de férias e de viagens à minha volta. Ou porque se prepara uma ída a Londres (cross your fingers!!!) para breve. Não sendo a "minha viagem", é um presente lindo. E é lindo fazer parte dele.

O post que se segue, tem tudo a ver com nostalgia. Nostalgia de viagens.
Eu avisei.

2 de abril de 2012

15 anos depois...

... com 1.80, magrinho e desengonçado como todos os adolescentes que cresceram muito.

Estás feliz. Dizes, quando to pergunto.
Não precisavas de o dizer. O teu sorriso diz tudo, meu amor (não me chames isso!!! - dirias tu, se me ouvisses).

Sorris pelos mimos da avó. Pelos mimos da mãe.
Pelo almoço no Pizza Hut de que tanto gostas.
Porque te deixam estar em casa, no pc. Em paz
Pelas prendas, soft, que tu és soft a pedir, que recebeste.

O teu sorriso de felicidade porque reservei o meu dia para ti, te levo as amêndoas de que só nós gostamos (de chocolate preto, amargo!), vamos ao cinema só os dois, ao fim da tarde (ver aquele filme, surpreendentemente giro!) ou dou o resto do dinheiro (2 euros, vejam só...) para comprares mais uma das muitas figuras de acção articuladas que já tens...


E falas, falas, falas... de tudo e de nada... de jogos e de filmes, da familia e do mundo... fazes perguntas e perguntas se tens razão... ficas feliz quando te dou razão e serves-te disso como argumento nas conversas com a avó. Estás feliz.

Tens um sorriso tão bonito... quase envergonhado. Devias sorrir mais vezes... :)

O teu sorriso de felicidade, faz com que hoje, como no primeiro dia, eu seja a tia mais FELIZ do mundo!!!!


Parabéns, meu amor.

Ontem estive no Porto…

… na verdade não foi exatamente “ontem”. E também não “estive” propriamente lá. Mas partilhar os lugares que amamos é regressar. E falar desses lugares, dizer-te “tens mesmo de lá ir!!”; “não podes deixar de visitar…”; “se tiveres tempo passa por lá…”… foi levar de novo o meu olhar a esses espaços, que olharam tantas e tantas vezes, com renovado prazer.

A primeira visita que tive de um amigo “mouro” que não conhecia o Porto, faz agora “anos” em Abril, foi engraçada por várias razões. Eu e o Rogério trabalhávamos juntos há muitos, muitos anos mas nunca nos tínhamos visto e no meio daquelas conversas do “tu tens mesmo de vir ao Porto um dia destes”, ele veio.

Conciliámos folgas e feriados e, em 3 dias, descobrimos o Porto de lés-a-lés, a pé, como turistas mas, muito mais do que isso. Na época eu já vivia no Porto há tempo suficiente para ser “portuense honorária”e foi, portanto, esse o Porto da nossa descoberta: o de alguém que conhece a cidade que habita e o do Turista que nos visita.

Com o passar dos anos, das visitas, do refinar dos gostos e da (re)descoberta da cidade – só mais tarde, por exemplo, subi finalmente a Torre dos Clérigos num fim-de-tarde cheio de sol para uma vista deslumbrante sob a cidade – o meu Porto é outro e muito… meu.

Foi esse, o “meu” Porto, que partilhei contigo. “Ontem”. E espero que a “minha viagem” te tenha deixado de olhos tão brilhantes de prazer como os meus.

Boas férias!

22 de março de 2012

Abraços inesperados

Em dias de lágrimas, devia ser sempre assim: a doçura de um abraço e a ternura do meu amor pequenino.
O mais velho pergunta sempre: "o que é que vieste cá fazer?" e eu respondo, inevitavelmente, "ver-te, claro. Não queria que tivesses saudades minhas". Fica desarmado com esta resposta e entre resmungos e sorrisos lá vai perguntando "agora a sério, o que é que vieste cá fazer?" - "vim ver-te e trazer morangos e mais umas coisas à tua avó". E ele sorri.

O pequenino não pergunta nada. Faz aquele ar de malandro, não me dá um beijo, esconde a cara para me "obrigar" a roubar-lhe um (diz-se que os melhores não se dão, roubam-se não é?) e depois sorri (de chucha, claro!!!) abraça o meu pescoço e fica ali a fazer nós no meu cabelo muito encostadinho a mimar a tia :D

É tão boooommm!!! O mundo podia parar por um momento...
Quando vou e volto dividida entre ele, a mãe, o mano dele e o Zippy (que também reclama o seu quinhão de atenção desta "tia" que é a única que lhe dá mimos porque não tem medo dele) abraça-me sempre e brinca e faz malandrices. Tem a mania de ter sempre um pé descalço (que não me deixa calçar) e faço-lhe cócegas no pé e na barriga só para o ouvir rir com aquelas gargalhadas só dele :D e agora faz covinhas na cara quando ri... que delicia!!!

Ontem apanhei-o em flagrante delito a destruir umas caixas da avó... estava de gatas, meio escondido atrás do cavalo de madeira.. é pior que o gato, LOL. Claro que disfarça e faz ar de santo como quem diz "eu não fiz nada!!!" e fecha os olhos com um ar todo dengoso... e logo a seguir faz exatamente a mesma coisa!!! Não é á toa que é o nosso pirata!!

Como "castigo" meti-me à frente da televisão.. e ele, claro, veio logo todo lampeiro, para me tirar de lá. Como me agarrou nas mãos, rodopiei com ele pela sala e cantarolei ao mesmo tempo :D era suposto ser uma maneira de o tirar dali mas ele gostou, claro, e quis mais, por isso dançámos e dançámos e dançámos pela sala fora... e rimos até às lágrimas :D

E rodopiámos muito até ficar tontos e umas vezes de propósito (quase sempre ;) ) outras nem tanto caímos no sofá em cima da avó. Tentámos dançar com o André mas ele foi um chato e não quis :( Quando a mãe deles chegou, estávamos a rir e a rodopiar na sala e nem demos por ela :D

O meu amor pequenino e o meu amor grande são o maior presente da minha vida. Os meus amores perfeitos. Há dor e tristeza que resistam a isto? Não.

21 de março de 2012

...

Há pessoas de quem gosto muito. Muito muito muito.
E que gostam de mim.Que mo fazem sentir quase sem palavras. Acho mesmo que sem nunca terem dito "gosto de ti".

Ou a forma como as pequenas coisas que fazes e dizes são o abraço e ombro silenciosos que tens sempre o condão de ter dessa forma tão doce e tão tua.

E não sei se alguma vez to disse com palavras, e eu sei que sabes mas, também gosto muito de ti :)

20 de março de 2012

coisas que doem

tantos anos depois. sem aviso prévio. tanto. que nos apanham de surpresa e nos fazem chorar.

devagarinho. em silêncio. como os adultos.
é tempo de abrir finalmente o armário e deixar as lágrimas correr.
para sarar a dor.

dia 20

Gosto de dias 20.
Nasci a dia 20. Entrei na empresa a dia 20. Regressei "a casa" num dia 20.

E assim de repente... era só isso. Gosto de dias 20. Pronto.

5 de março de 2012

Estou a apaixonar-me…

Devagarinho, como devia ser sempre.

As coisas boas, as que ficam, deviam acontecer assim. Um dia, descobrimos que nos apaixonámos. E eu, já algum tempo que andava curiosa a teu respeito.

Por uma razão ou por outra, fui adiando a aproximação como se soubesse, como se pressentisse, que ia ser assim (não é a primeira vez, sabes, que me acontece apaixonar-me desta maneira). Por isso fui adiando e chegando com pezinhos de lã… aqui e ali… primeiro em entrevistas, nos jornais, nas televisões… depois nas crónicas da Visão… e gostando cada vez mais. Agora sigo-te no FB.

E rendi-me, de vez, nesta “Volta ao Mundo”:



Nunca comprei um livro teu, nunca li um livro teu.
Vou ler agora. O primeiro que escreveste. E quer-me cá parecer que vou ficar mesmo, mesmo fã...

Disse-te já: estou a apaixonar-me. E isso, meu caro, ainda que o não saibas, é para sempre.

1 de março de 2012

Arabesco

O prazer de uma manhã sem tempo… sem pressa, sem pressão. Uma boa leitura, a mente a divagar por lugares onde já estivemos ou queremos estar.

Um bom autor, que prazer… deixar o tempo passar sem dar por isso… sem olhar para o relógio num pequeno-almoço que se prolonga.

Sim, hoje é dia de trabalho. Sim, estamos em crise. Mas eu saí de casa de propósito para te ler esta manhã. Para comprar aquela revista, aquela edição especial só tua, toda tua.

Sem telemóvel a tocar. Sem despertador. Sem treinos de madrugada. Só eu e tu. Num café bonito. No bom-dia sorridente do Fernando “o costume, menina?”, “sim, obrigada”. Sem saber que não, hoje não é o costume.

Hoje não temos pressa, eu e tu.
Hoje não vou sair, mais ou menos a correr, pressionada pelo horário do metro ou do autocarro. Hoje vamos ficar aqui, tu e eu, a saborear este momento de prazer, esta meia-hora só nossa, de fotos lindas e textos que me fazem sonhar… apesar da crise e do frio e do dia de trabalho que (ainda) me esperam lá fora.

23 de fevereiro de 2012

Ontem foi o primeiro dia do resto da minha vida...

... há dois anos. 22 de Fevereiro de 2010. O 1º dia de "trabalho em Lisboa quase 12 anos depois. E passou tão depressa este ontem. E foi tão difícil. E tão diferente do que imaginei, do que desejei, do que antecipei.


E se na vida pessoal as expectativas se cumpriram a 90, 95%, a profissional foi a desilusão e o choque. Mas para a frente é que é o caminho, que se faz andando.

E se o ressentimento não pode, nem deve, ficar por aqui, a memória também não pode ser "de peixe". É preciso lembrar. Para que não se repita.

E se hoje fosse "ontem" voltaria a regressar a casa. Mais não fosse, querido B, porque os "graus" a mais em Lisboa logo pela manhã, fazem toda a diferença, não é? :D

20 de janeiro de 2012

Viajar no Metro

Ou sentada, na minha secretária.
Uma das “Dicas para 2012” diz mais ou menos isso, não é? Viaje sem sair do lugar, ou qualquer coisa parecida.


E hoje, no metro, a aconchegar ao pescoço a echarpe quentinha que adoro e que comprei há tanto tempo em Veneza, dei por mim a lembrar a loja junto ao canal, o lugar, o momento. O passeio de gôndola, o músico tão simpático que, gentilmente achou que eu, que estava a fotografar os outros, também merecia uma fotografia em Veneza…

Veneza que não me impressionou por aí além.
Veneza que cheira mal na maré baixa e inunda na maré alta.
Mas que tem uma praça de S. Marcos linda. Onde bebi o chocolate quente mais caro da minha vida.
E Palazos imponentes, música por todo o lado. E detalhes nas fachadas. Tantos detalhes. A perder de vista.

Não compro bibelots. Compro peças. Quase todas para usar. Pequenas joias. Echarpes. Como esta.
E é tão bom recordar (viajar) sempre as que uso.

Como hoje.

5 de janeiro de 2012

4 de janeiro de 2012

Coisas que (ainda) me fazem chorar...

Ela.

Porque está cada vez mais parva, mais convencida, mais estrelinha da companhia. Cada vez se mete mais onde não é chamada e ninguém parece importar-se com isso a não ser eu. Num jogo que insisto em não saber (ou querer) jogar.

Eles.
Porque me mentiram e acabam de recrutar para uma função que “não vai durar muito mais”… e eu sabia que me mentiam.

Ela (nós).
Porque de repente é mãe e eu sei assim, com a frieza destas coisas, tão longe e tão perto ao mesmo tempo.
E é tão estranho que sejamos tão distantes de alguém que foi tão próximo e com quem se partilharam tantos risos e lágrimas. Segredos e parvoíces.

Ele.
Porque é parvo. Tão parvo. Cada vez mais parvo.

Tu.
Porque és tão teimoso que me deixas preocupada e frustrada e impotente sem te poder ajudar…

Eu.
Porque apesar dos dois que, obviamente, querem, insisto em não deixar sequer que tentem.
Quiçá com medo de não saber (já) lidar com essa disponibilidade e entrega totais. Podemos desaprender de ser amados?

Eu.
Porque talvez me tenha precipitado ao querer reduzir demasiado cedo o que obviamenteclaramente ajudava a lidar com tudo isto. Arrogância, talvez.

Tantas, ou tão poucas, afinal, as coisas que (ainda) me fazem chorar… até quando?

(P.S … e depois, logo pela manhã, recebo o teu mail que me comove. E são de ternura, agora, as lágrimas felizes que brilham nos meus olhos…)