30 de abril de 2013

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Sonhei contigo ontem. Outra vez.
Acontece, volta e meia.

Não são, necessariamente, bons sonhos. E o contexto é recorrente: tu e ela. Juntos. A "descoberta". Sempre. A "quase descoberta". Porque no sonho acontece de forma deliberada, consciente. Quase diria "preparada". Por ela, como uma "arma". Como uma constatação, uma cobrança/ punição de um qualquer castigo.

Ou por ti, talvez. Como os miúdos quando fazem alguma coisa e querem, sem querer, ser "descobertos". Não é bom. Não é simpático. Não é confortável.

Seja qual for o cenário, a intenção está sempre lá: uma porta entreaberta, por acaso, quando estou de passagem. Fotografias que, inocentemente, são mostradas. Como quem não quer a coisa...

Raramente há o facto, propriamente dito. É mais... a confirmação. Um "qual a foi a parte que ainda não percebeste".

Há sempre alguma dor, deste lado. Alguma "crueldade", prazer, "vergonha"... do outro.

E a pergunta fica no ar: porquê? Sem que eu saiba realmente a quem se destina: a ti ou a ela. Parece-me que hoje a pergunta é para mim: porquê o sonho, porquê hoje. Pensava-nos mais desatentos, mais distantes (de uma maneira boa, sem drama) apesar de, como sempre, juntos.

Portanto... porquê. Para quê? E seja qual for a resposta, não gosto. Não gosto destes sonhos que me incomodam, perturbam o dia e tiram o sono.

Não... não gosto destes sonhos.