30 de outubro de 2009

15 de outubro de 2009

13 de outubro de 2009

Dias em que me sinto feliz :)

Porque depois de cinco longos dias tenho a minha voz de volta :);

Porque terminou a imensa, longa, interminável e chata, chata, chata semana "da noite";

Porque está sol e calor depois da chuva e do frio (e tão bom que foi ver chover outra vez);

Porque hoje fiz um amigo mouro em terras do norte e descobri que temos amigos comuns há um milhão de anos e nem nos passava pela cabeça;

Porque voltei a estudar depois de uma inútil pausa de dois anos;

Porque estou quase, quase a voltar a ver a minha amiga que não vejo desde Março num jantar de horas a falar de tudo e mais alguma coisa e eu tenho tantas saudades dela;

Porque te tenho parcialmente de volta à minha vida e é tão bom ouvir-te rir.

7 de outubro de 2009

Contra Mundum

Não esperes que lute por ti as batalhas que são tuas, porque não o farei.
Não fiques tão desiludida porque não o faço...

Não me sintas menos solidária por não lutar por ti. Não me recrimines. Não me censures. Não te sintas menos compreendida, menos acompanhada, menos amada.

Tenho as minhas próprias dores, as minhas mágoas. As minhas razões para estar triste com ele. Mas escolhi ficar ao seu lado apesar das tuas e das minhas dores.

É ao seu lado (e não do lado dele, nota bem) que me encontrarás sempre.

Não serei eu a julgá-lo. A atirar a primeira pedra. Mesmo quando choro, grito e barafusto. Mesmo quando me magoa a ponto de me fazer chorar. Mesmo quando me faz triste.

E posso dizer-lho sem me zangar com ele. Posso dizer-lho mesmo quando pensamos diferente e não concordamos. Mesmo quando achamos, ambos, a respeito do outro, "não tens razão".

Compreendo as tuas razões. Reconheço a tua razão.
Mas também ouço, compreendo e reconheço a dele.

Lamento que não tenhas gritos, lágrimas, "sangue" como esperavas.

Não lutei por ti. Achei que não era esse o meu papel.
Escolhi lutar as minhas batalhas. Com as minhas armas e as minhas rendições.

E ficar ao seu lado, como estou ao teu. Sempre.
Contra Mundum.

Adeus...

... outra vez.
Raios, raios, raios!!!!

5 de outubro de 2009

A propósito dos 12 anos...

Há 12 anos, mais ou menos por esta hora, cheguei ao Porto. Na época fui viver para Braga mas o Pendular terminava no Porto e vieram buscar-me a Campanhã.

Era a primeira de algumas centenas de viagens ao longo destes 12 anos. E nesse dia, como quase sempre, ninguém tinha ído despedir-se de mim a Sta Apolónia (a estação do Oriente chegaria um ou dois anos mais tarde).

Dessa primeira viagem, recordo o coração apertado ao despedir-me do sobrinho de 6 meses (lembrar-se-ia ele de mim daí a uma semana? Lembrava. O sorriso com que me recebeu apagou todas as dúvidas e secou as lágrimas) e de ser noite cerrada quando finalmente cheguei. Lembro-me da minha cunhada a chegar esbaforida, atrasada, a uma estação que eu desconhecia e em que a esperava.

Na manhã seguinte, depois de uma viagem atribulada de camioneta e de muito tempo a andar (carregada com imenso material de escritório que tinha trazido de Lisboa, porque devia "ser já ali, a avenida é esta" e por isso fui andando a pé) não fui recebida com os sorrisos e boas-vindas de quem me esperava mas com a recriminação pelo atraso inconveniente.

Seria sempre esse o tom da nossa relação. Até ao fim, haveria sempre uma "meia-censura". Apesar do carinho mútuo.

Mais tarde, no meio dos que a partir daí seriam, para sempre "os meus meninos" senti-me finalmente bem vinda e foi então que tudo verdadeiramente começou.

Que viagem esta! Depois de um primeiro ano muito dificil, por todas as razões, com dinheiro contado ao tostão e as emoções à flôr da pele, com cartas de demissão escritas e guardadas dentro da gaveta ao fim das primeiras semanas, quase apetecia voltar atrás e começar tudo outra vez.

E a esse propósito, ocorre-me um texto da Marina Colasanti:

"O abacaxi tem folhas espinhentas e cortantes, a sua própria casca é áspera, grossa. Nada, por fora, leva a suspeitar a branca doçura da carne, o sumo farto. O abacaxi parece mais uma pedra do que uma fruta. No entanto, para o primeiro que dele se acercou armado de faca e fome, soube receber o seu rico tesouro. Este primeiro não estava desatento, não pensou "Deus me livre de comer essa coisa espinhenta", não virou a cara procurando pêssegos. Estava atento, e com fome, estava receptivo para tudo o que o mundo lhe oferecia. E regalou-se.

in "Nova Mulher" - Marina Colasanti

2 de outubro de 2009

Vem cá.
Abraça-me.
Pega-me ao colo e faz-me festinhas no cabelo.

Deixa-me chorar. Em silêncio.
Só hoje. Só um bocadinho.

Amanhã passa.