31 de dezembro de 2011

Coisas para a meia-noite ;)

Porque nunca é demais... e isto não anda fácil... :D

Escolham o que mais vos agrada para celebrar de forma diferente a entrada em 2012


Além dos habituais jantares e reuniões de amigos e família, existem muitas e diferentes tradições para o Reveillon, sejam de origem religiosa ou pagã. Em comum, as várias cidades têm as reuniões clássicas nas ruas, o beber champanhe e os beijos aos mais queridos; no entanto, se se olhar mais de perto, encontram-se hábitos estranhos e originais por toda a Europa!
Finlândia

Na Finlândia, a tradição é prever o ano seguinte através do derreter de uma ferradura. As pessoas compram pequenas ferraduras em estanho e derretem-nas numa frigideira. O estanho derretido é depois deitado em água gelada e solidifica novamente, com uma forma arbitrária. Posteriormente, cada pessoa vê com o que se parece a sombra do material solidificado, para tentar perceber se significa felicidade, amor e tristeza, dinheiro.

Itália

Na noite de Ano Novo todos, incluindo os turistas, devem usar roupa interior vermelha. Também é costume oferecer umas cuecas vermelhas às mulheres, desejando-lhes um ano feliz, apelando aos talentos de “amante latino” dos italianos! Outro ritual realizado no final do ano em Roma e Nápoles, e mais uma surpresa para os viajantes: alguns italianos atiram pela janela os objectos que já não querem (roupas, pratos, etc.) para simbolizar o esquecer do passado e a entrada numa vida nova. Adicionalmente, escrevem-se os desejos para o novo ano num papel e atiram-se para uma lareira, para que se tornem realidade.

Portugal

Em Portugal, a utilização de roupa interior azul promete sorte para o ano seguinte. Além disso, os portugueses gostam de fazer barulho na noite de passagem de ano, atirando loiça pela janela ou batendo com as tampas das panelas. Tal como em Itália, os portugueses comem doze uvas passas à meia-noite, em cada uma das 12 badaladas do sino à hora certa.

Dinamarca

Na Dinamarca é tradição assistir ao discurso de Ano Novo da Rainha na televisão, às 18h, e brindar com champanhe. O jantar é depois realizado numa mesa decorada com chapéus, cornetas, e crackers (tubo de papel que é puxado por duas pessoas, fazendo um estrondo quando rebenta e libertando confetti). À meia-noite, juntamente com os cânticos e o champanhe, come-se bolo de maçapão, e depois todos vão para a rua rebentar crackers e ver o fogo-de-artifício.

Irlanda

Os irlandeses adoram beber na noite de passagem de ano mas, além das actividades relacionadas com o álcool, existem outras tradições. Uma das mais antigas consiste nas raparigas jovens dormirem com azevinho debaixo da almofada, na esperança de encontrarem o amor da sua vida no Ano Novo. Em County Kerry (numa vila conhecida como Portmagee), celebra-se o ano velho em vez do ano novo, festejando tudo o que aconteceu no ano anterior, com música e dança. Por outro lado, muitas pessoas dirigem-se à ilha de Achill, que desfruta de um dos últimos pores-do-sol da Europa, para ver o último de cada ano. Outra tradição famosa na Irlanda, para a primeira manhã do ano, é o mergulho nú nas águas geladas do Atlântico, para testar as resoluções dos nadadores mais corajosos.

Reino Unido

Os viajantes que estejam no Reino Unido durante a noite de passagem de ano, poderão impressionar os habitantes locais se estudarem a letra da música “Auld Lang Syne” e a souberem cantar nessa noite. À meia-noite, todos os britânicos saem à rua, dançando e cantando esta música, juntos, na passagem de ano.

Outras tradições


Com esta passagem surgem tradições / superstições ou simpatias que variam de região, país e da propria vontade. A mais conhecida diz respeito ao vestuàrio: a tal tipica peça de azul. O certo é que as outras cores não estão proibidas, pois cada uma tem o seu significado dependendo do desejo privado de cada um. O unico ponto consensual é vestir uma peça de roupa intima nova como cueca, boxer, meias, soutien, body, etc. Toda a indumentária não deve ser muito justa de forma a não atrair dificuldades económicas, não ter rasgões (mesmo que pertençam à origem da peça), buracos ou falta de botões. A cor, cabe a si escolher, que ainda poderá ser combinada com várias na mesma peça:

· amarelo / dourado: atrai dinheiro, fartura, abundância - representa o poder
· branco / prata: felicidade - representa a paz
· vermelho: paixão, atrai relacionamentos amorosos
· rosa: amor - para quem o vive e o quer manter
· azul - atrai saúde - representa esperança no novo ano
· castanho - atrai novo emprego

Ainda existem as conhecidas simpatias (espécie de rituais com determinados fins), como para atrair mais sorte para novo ano, por exemplo:

· dar oito mergulhos nas primeiras oito ondas do ano,
· comer 12 uvas passas, 1 a cada badalada, em cima de uma cadeira ou mesa,
· pular só com o pé direito depois da meia noite,
· fazer barulho, como bater testos de panelas,
· partir pratos velhos,
· dançar...

Mas se a questão pertinente é dinheiro, então toca a vestir uma peça amarela e colocar uma nota dentro do sapato. Quando der a meia-noite, diz a crendice que se deve atirar moedas e notas para o ar que atrairá riqueza para todas as pessoas que moram nesse local. Se, entretanto, sentir alguma comichão na palma da mão direita é sinal que foi bem sucedido, pois o orçamento irá ficar mais recheado. Se sentir o mesmo na mão esquerda... azar.

Bem melhor é roer sete sementes de romã na noite da passagem de ano, embrulhá-las num guardanapo e guardá-las na carteira. Ou então, experimente colocar uma folha de louro na carteira e deixa-a lá no ano inteiro, se preferir pode guardar antes 7 sementes de maçã.

Comer lentilhas durante a passagem de ano é um hábito comum em países como o Brasil, o Chile e a Venezuela. Acredita-se que as pequenas sementes, circulares e achatadas como moedas, atraem boa sorte no âmbito financeiro.


E nada de passar a passagem do ano com os bolsos vazios, porque assim eles vão permanecer tal e qual o resto do ano de 2012!

Bom Ano!

Dr. Sócrates


A homenagem que fui adiando por razão nenhuma mas que queria fazer àquele que foi de alguma forma o meu primeiro "ídolo" no futebol.

Em 1982 tinha 12 anos e torcia pela selecção canarinha. Acompanhava o Mundial por causa deste homem, deste capitão, que mais que giro, era médico e futebolista. Tão diferente de tudo o que sabia como sendo possível até então num futebolista eu, que sonhava ser médica, via nele um exemplo a seguir.

Nunca mais ouvi falar em Sócrates, no Dr. Sócrates, mas fiquei triste no dia em que soube da sua morte. Ficamos sempre nostálgicos nestes momentos, não é? Reza a biografia de Sócrates, que foi homem de causas nobres e alguns excessos. Estimado por todos e admirado por muitos. E o inesquecível capitão que admirei um dia.

30 de dezembro de 2011

Fado, Património Imaterial da Humanidade

Eu já vos disse que estou mesmo, mesmo orgulhosa???

Do Fado, pois claro.
E adoro a campanha! "Orgulhe-se". Orgulho. Muito. E estava a torcer, muito!!

E do “meu menino” que continua lindoooo!!! A sorrir cada vez mais.
Ora digam lá se o moço não está bem à brava? ;)



Há os que querem. Há os que tentam. E depois há os que são, simplesmente. Como ele.  Um senhor.

Estou orgulhosa.
Porque gosto de Fado. E muito.

Estaria orgulhosa mesmo que não gostasse de Fado.
Mesmo que o Figo não fosse um dos embaixadores da campanha.

E feliz. Mesmo que não fosse este o sorriso que, gelada, me "acolhe" ao sair do metro todas as manhãs.

"Orgulhe-se". Orgulho. Muito.
Do Fado. E do Figo, também.

Que venha 2012!!

Daqui a pouco estaremos no último dia do ano de 2011...
e depois da meia-noite, virá o Ano Novo...
O engraçado é que - teoricamente - continua tudo igual...


Ainda seremos os mesmos.
Ainda teremos os mesmos amigos.
Alguns o mesmo emprego.
O mesmo parceiro.

As mesmas dívidas (emocionais e/ou financeiras).
Ainda seremos fruto das escolhas que fizemos durante a vida.
Ainda seremos as mesmas pessoas que fomos este ano...


A diferença, a subtil diferença, é que quando o relógio nos avisar que é meia-noite, do dia 31 de Dezembro de 2011, teremos um ano INTEIRO pela frente!


Um ano novinho em folha!
Como uma página de papel em branco, esperando pelo que iremos escrever.
Um ano para começarmos o que ainda não tivemos força de vontade, coragem ou fé...
Um ano para perdoarmos um erro, um ano para sermos perdoados dos nossos...
366 dias para fazermos o que quisermos... este ano temos mais um dia…


Há sempre uma escolha.
E, exatamente por isso, eu desejo que façam as melhores escolhas que puderem.


Desejo que sorriam o máximo que puderem.
Cantem a música que quiserem.
Beijem muito. Amem mais. Abracem bem apertado.
Durmam com os Anjos. Sejam protegidos por eles.
Agradeçam por estarem vivos e terem sempre mais uma oportunidade para recomeçar.
Agradeçam as vossas escolhas, pois certas ou não, elas são as vossas.
E ninguém pode ou deve questioná-las.


Quero agradecer aos AMIGOS que tenho:


Aos que me 'acompanham' desde há muito tempo.
Aos que eu fiz este ano.
Aos que eu escrevo pouco, mas lembro muito.
Aos que eu escrevo muito e falo pouco.
Aos que moram longe e não vejo tanto quanto gostaria.
Aos que moram perto e vejo sempre.
Aos que me 'seguram', quando penso que vou cair.
Aos que eu dou a mão, quando me pedem ou quando me parecem um pouco perdidos.
Aos que ganham e perdem.
Aos que me parecem fortes e aos que realmente são.
Aos que me parecem Anjos, mas estão aqui e me dão a certeza de que este mundo é mesmo Divino.

Muito obrigada por fazerem parte da minha História.

e Muitos, Muitos BEIJOS

Será que a semana dele é diferente da minha…???

Pois… deve ser… ou então anda tão distraído a matar saudades dos amiguinhos todos e da "outra" familia e ainda não reparou que hoje é quinta-feira… pois… também pode ser isso…

Não liga para a mamã, não dá noticias... não diz nada, não aparece... e diz que Domingo, o final da dita semana, é já daqui a... dois dias??? Pois... diz que sim...

Ora, vá lá!! Não sejas assim!! Então rapariga, onde anda o teu espirito natalício??? O moço disse “vou ver se vou aí…”, não disse que vinha… e, a bem da verdade, a semana ainda não acabou… e ele anda muito ocupado... assoberbado mesmo...

Ai esta menina com mau feitio!! ;) vá lá, não sejas má!

Dói-me o pé (sim, esse mesmo :(  ) se calhar é por isso que eu estou assim… peste ;)
Ou então... não.

26 de dezembro de 2011

Um Natal Feliz

Mesmo com a mensagem telegráfica, quase fria, do mano. "Feliz Natal e talvez para a semana consiga passar por aí". Sem um beijo. Sem o calor da voz dele. Para mim, ainda para mais, apenas para mim. Depois de um ano de silêncio. Quando mamãe seria a destinatária óbvia e não eu.

Mesmo sem a tua despedida. Sem o teu "até já".  Sem o teu "Feliz Natal". Que me surpreendeu por tão inesperado.

Mesmo com a tristeza, a dor, de I. Tão pesada. Tão densa. Que me deixa tão impotente e preocupada.

Mesmo com o medo do pequenino que se assustou quando o "Pai Natal", que começou por o deixar radiante quando apareceu, o fez choramingar quando falou com ele. Descobri mais tarde que são as barbas que o assustam. E o facto de ter sido o único sobrinho que não reconheceu a tia por detrás do fato, no primeiro riso :)

Porque o Natal também é isso.
A ternura do mais velho: "não fiques triste, para o ano tentamos outra vez e pode ser que ele já não tenha medo".
Não meu querido, não fiquei triste. Sim, para o ano tentamos outra vez. O mais velho que estava radiante por, pela primeira vez, participar no ritual de preparação e perceber como é que esta tia pequenota se transformava no velho e gordo "Pai Natal" :)

Um Natal feliz pela tranquilidade.

Pela facilidade com que as horas passaram sem conflitos, à mesa. Com os risos, pulos e cantorias do pequenino. Com as conversas inteligentes do mais velho, a passar-se com a bisavó, que tem 80 anos, e que se recusa a aceitar que ele não acredita em Deus. Acha que ele não percebe nada disse e ele muito sério a tentar explicar-lhe "avó... eu estive quatro anos na catequese, fiz a primeira comunhão e simplesmente não acredito em Deus, ok??" -  como que a dizer-lhe que não é por ter 14 anos que não percebe o que quer ou aquilo em que, neste momento, acredita.

Um Natal feliz porque, numa das raras vezes em que aconteceu, mamãe gostou das prendas que recebeu. Gostou de todas as prendas. E não estava com o ar de sofrimento e dor neste Natal, que costuma ter noutros. Que já tinha nos dias anteriores ao Natal. Apesar do filho que a magoou. Muito. 

Trabalhei muito neste Natal. Mesmo muito. O mais que pude. O mais que consegui antecipar. Para evitar pequenos conflitos. Para evitar sobrecarregar mamãe. Para lembrar os mais distraídos que era preciso ajudar. Não é justo que sejam um ou dois a trabalhar para o Natal de sete...

Um Natal feliz porque consegui "roubar" duas horas para mim. Para recarregar baterias e poder dar outra vez. Regressar a casa e dormitar uma hora em silêncio. Embrulhar duas prendas e reiniciar o caminho de regresso. Valeram ouro essas duas horas. E parecem tão pouco, não é?

Foi Feliz, este Natal. Porque um ano depois, a vida voltou a fazer sentido.








23 de dezembro de 2011

Já chegou o Natal?

No inicio era demasiado cedo… queria fugir “dele”, negá-lo, de alguma forma. Como se fosse possível adiar o inevitável. Estávamos em Novembro, quase no inicio, e já havia montras de Natal, anúncios de Natal… decorações de Natal em casa de mamãe. E fui adiando ao máximo tudo o que tem a ver com a época: as prendas, as decorações. As decisões sobre jantares e almoços.


Não me apeteceu fazer a árvore de natal por isso emprestei a minha (a maior, a “verdadeira” árvore de natal a mamãe que gosta tanto dela e tem uma mais pequena que a minha. A árvore, as luzes, muitas das decorações. As pessoas estranhavam. Pelo menos as que me conhecem melhor, mais de “perto”. Costumo gostar do Natal. Muito. Só que o ano passado… pois, foi por aí.

E eu sabia, sempre soube, que era parte da razão. Do “medo”. Do querer adiar ao máximo tudo o que tivesse a ver com a data. Criancice, não é? Claro, claro que sim. O lado racional sabe disso. O emocional também mas faz de conta. E eu nunca tive paciência para ser “avestruz” por muito tempo. E um dia, disse-o em voz alta.

Falei, conversei, deitei tudo cá para fora. Até choraminguei, vejam vocês (e o que eu gosto de fazer isso, ui é a loucura!!!). E o elefante saiu da sala. Não desaparece tudo de um dia para o outro, claro. Porque não há milagres. Mas as coisas passam a fazer sentido e deixamos de achar que estamos a dramatizar, LOL

Voltou a vontade de decorar a casa e ser natal. As prendas estãocompradas e as luzes, as cores e os cheiros do natal, devagarinho, vão trazendo a paz.

Feliz Natal.

20 de dezembro de 2011

Happy-B-day to me :)

Hoje foi um bom dia.
É quase meia-noite, a familia saiu à pouco, os telefonemas e as mensagens parecem ter parado, o dia está prestes a terminar e é isso que quero que saibam: que hoje foi um bom dia, um dia feliz :D

Porque há um ano não foi. E hoje foi. Hoje estive muito feliz. E todos os dias deviam ser assim.
Obrigada. Porque também o foi por vossa causa. Pela ternura de hoje. Pela ternura de sempre. Mesmo à distância, mesmo em silêncio.

E, porque nunca vos digo vezes que cheguem... gosto muito de ti, sabias?

27 de outubro de 2011

E tu, como estás?

(Post escrito a 19 de Outubro)

Eu estou bem. Eu estou sempre bem.

Não estás não. Tu tens é muita força. És uma mulher forte, que encaras sempre tudo.

Fiquei a pensar no que ele me disse. Porque (quase) toda a gente me diz o mesmo. Porque muitos fizeram questão de dizer que a depressão não era sinal de fraqueza. Porque eu dizia que nunca me tinha imaginado como alguém que pudesse ter uma depressão. Suponho que o interpretavam mal. Não era como uma fraqueza que o sentia. Só não me imaginava assim. Muito menos por tanto tempo. Muito menos a sentir-me confortável, a partir de dado momento.

Nunca me senti uma mulher forte. Só eu sei, sempre soube, como sou frágil. Como há uma menina pequenina e insegura dentro desta aparente segurança (quase arrogância, por vezes). A Nônô dizia, no Sábado, a propósito de mais uma birra de mamãe, que eu sempre tinha ajudado toda a gente e mamãe mais que todos. Talvez eu não soubesse fazer de outra maneira. Talvez eu não soubesse que podia ter feito de outra maneira. E por isso pareci forte.

Talvez eu seja realmente mais forte do que penso. Descobri-me mais racional do que sempre me julguei ser. O coração sempre comandou a minha vida. Mais perto da boca do que devia. A quente. Depois não. Daí o bom senso. O rigor. As regras que o meu mais velho sugere que eu quebre de vez em quando para ser mais feliz. Talvez esse meu lado mais forte tenha ajudado a ultrapassar alguns “Abris” difíceis de lidar. E “otras cositas mas”.

Sorri quando me disse. Talvez tenha razão o meu amigo. Talvez comece a ler-me melhor do que eu pensava. Tão carinhoso. Tão atento.

Quase lhe contei que não, que não sou tão forte como me julga. Que de facto não tenho tempo nem paciência para estar mal por muito tempo. Mas que um dia desabei. Completamente. Que de repente o mundo deixou de fazer sentido e ficou tão pesado… que tudo o que eu queria era que parasse de doer.

E parou. Demorou seis meses mas parou. Agora há que cuidar das feridas que o copo, estilhaçado em cima da mesa, deixou. Ter consciência delas ajuda muito, pedir ajuda também. E eu sei reconhecer que preciso de ajuda. Por isso pedi. E estou no bom (e longo) caminho.

Talvez um dia te conte. Ou talvez não. Mas és tão querido por saber que não, não estou sempre bem. Mesmo que não to diga. Ainda.

Sorrisos no muro

(Post escrito a 18 de Outubro)

Aviso desde já: este é um post um bocado piegas… pronto, é assim!


A minha tia-avó está a morrer. É uma morte dolorosa. Daquelas que me deixam sempre a pensar que não são justas e que ninguém merece sofrer assim. A minha tia tem Cancro no pâncreas.

Não sei exatamente que idade tem. É mais nova que a minha avó mas não deve ser muito mais e a minha avó tem 80 anos… uns 73, talvez... não precisava de sofrer tanto, pois não?

A minha tia perdeu o único filho há cerca de um ano, morreu de repente, uma morte estúpida, horrível, uma cirrose que rebentou. Tinha 40 e poucos anos, um filho de 16 ou 17 anos… enfim, uma tragédia. A minha tia perdeu a vontade de viver depois disso. Deve ser horrível sobreviver à morte de um filho. É contranatura. E agora está a sofrer tanto, mais ainda. Não precisava de ser assim.

Estava a pensar nisso esta manhã e lembrei-me da tal história que o Padre Filipe contou no sermão de Ano Novo num ano não muito longínquo… os desejos do Padre Filipe (que também morreu de Cancro…) para aquele ano (e para os que se seguem, já agora) é que todos tenhamos muitos “Sorrisos em cima do muro”:

Numa leprosaria em África no meio de muitos doentes as irmãs repararam que ao contrário da maioria que andava sempre zangada e mal-humorada havia um homem sorridente que agradecia e pedia por favor sempre que falavam com ele. Uma das irmãs percebeu que todos os dias à mesma hora aquele homem se dirigia a um determinado ponto do muro e olhava. De repente aparecia uma rapariga no cimo do muro. Olhavam um para o outro, sorriam e ela voltava a desaparecer. Um dia a irmã perguntou-lhe quem era aquela rapariga e ele explicou:

Era a mulher dele. Que quando ele ficou doente e teve de ir para ali, se recusou a ficar na aldeia e fez questão de o acompanhar e vivia do outro lado do muro para ficar perto dele. Então tinham combinado que todos os dias, à mesma hora, ela aparecia ali. E todos os dias, à mesma hora, ele ali estava para a ver. Enquanto houvesse aquele sorriso em cima do muro, ele tinha uma razão para viver.

A história é mais ou menos assim. O Padre Filipe contou-a maravilhosamente, muito melhor do que eu alguma vez o farei. Mas penso muitas vezes nisto (mesmo que volta e meia pareça esquecer-me). Lembrei-me hoje, uma vez mais. A minha tia não tem, ou sente não ter, muito mais sorrisos em cima do muro (talvez nem mesmo o neto) e por isso não aguentou mais e deixou de querer viver.

Está no IPO e quer ir para casa. Não quer ficar lá mais tempo. Nem tomar banho, nem comer, nem tentar mais nada. Tem muitas dores e não quer ter mais dores. Quem lhe pode pedir que continue a lutar? Quem, no lugar dela, o faria? Que sorrisos terá a minha tia-avó no cimo do muro?

Eu tenho… tenho tantos! Ou nem tantos mas tão lindos, tão brilhantes, tão abertos!!! E mesmo quando pareço esquecer-me, sei que estão sempre lá.

Reencontros

(Post escrito a 06 de Outubro, no comboio e depois do regresso a casa)

Um dos momentos felizes da festa de ontem foram os reencontros.


B é B e pronto… vou gostar sempre dele, o que é que eu lhe hei-de fazer? Não o via há quase dois anos e só percebi as saudades que tinha dele quando o vi no meio de todos os outros. A malta de há uns tempos para cá é um bocadinho desnaturada um com o outro (tens razão, temos mesmo de falar mais vezes), mas fico sempre feliz quando o vejo.

Grande, lindo e no meio da criançada (não foi “tio” ;) ) era impossível não sorrir perante aquela imagem de “menino grande” :)

E a família de A, quem diria??? A ultima vez que estivemos juntas, o jr era um bebé de colo e de repente tem 3 anos, é um menino lindo e doce que dança as músicas mais mexidas, pede caipirinhas sem álcool ao “tio B” e sorri envergonhado e embevecido com a noiva que “está linda”. Vencida a timidez, fala que se desunha e arrasta a asa para uma menina linda de cabelo em cachinhos morenos e há quase um beijo pelo qual estamos todos a torcer . E há um mano loiro de olhos azuis com 10 meses e um sorriso lindo!! Brinca com o meu cabelo que o faz dar gargalhadas lindas, de bebé, dá beijinhos no meu nariz e “palmadinhas” que arranham mas pretendem ser “miminhos”. Que família linda num casal de que sempre gostei!

Hoje, antes de regressar a casa, fomos as duas a Sto. Tirso. Comentei ontem que passava por lá esta manhã e A não os via há tanto tempo! Por isso fomos juntas. Eu pude entrar e visitar “os meus meninos”. Ou alguns deles, pelos menos. Quase todos os mais importantes nos meus afectos. E foi tão bom! Senti-me tão acarinhada, tão bem vinda!!! Tão querida. Foi engraçado porque não sabiam que eu ia (só S me esperava) e estavam, naturalmente, a trabalhar. Parte deles só deu por mim pela voz “essa voz é inconfundível” – e isso é bom ou mau??? – é bom, claro!! :)

Enquanto isso, na receção, A ia falando com S e M e quem ainda se lembrava dela ia passando por ali para lhe dar um beijo e conhecer o pequenino que foi connosco. Acabámos por almoçar por lá, com S e M. A B ainda apareceu e estivemos um bocado na conversa. Falei com S e B e A e M e R sobre a minha decisão… todos sossegaram o meu coração e reforçaram a minha certeza. Obrigada.

Saí mais tarde do Porto do que esperava e por isso já estive tão pouco, tão de fugida, com quem me esperava (e que esforço tão grande fez para me ir buscar!) mas parte da tarde foi passada na nova loja de A com o marido e o filhote a conversar de tudo um pouco. O tempo passou tão rápido (não passa sempre quando estamos felizes?) e de repente eram quatro da tarde e eu ainda estava no Porto em vez de estar a chegar a Lisboa como previsto.

Depois de tudo o que este ano tem sido, depois das últimas semanas tão difíceis a tantos níveis, com tão poucas coisas boas, este recarregar de baterias de afeto, de ternura, de bem-querer foi o melhor que me podia ter acontecido :)

Começou ainda em Lisboa. Prometes que voltas depressa? Que não ficas lá? Não podes mesmo vir na quinta? Posso. Não, não fico lá. Não volto para lá. Prolongou-se por essa mesma noite com M e R e a família de M, principalmente a mãe e o pai que não me conheciam e me receberam como se fosse da família.

Do dia do casamento… que mais poderei dizer que já não vos tenha dito? Que me sentia linda… estivesse ou não. E esta manhã e esta tarde… e esta noite, ao chegar.

Há dias em que estou mais triste, mais cansada, mais desanimada… nesses dias, espero lembrar-me de vir aqui. Para sentir o sol no meu rosto. Para ouvir as gargalhadas do pequenino. A música que me faz dançar com o pé magoado. A surpresa feliz dos que não me esperavam ali.

O abraço apertado dos meus amigos. Para vos abraçar.
Para me sentir acarinhada outra vez. Porque às vezes, por um momento, me esqueço que é mútuo.

6 de outubro de 2011

Com um brilhosinho nos olhos...

a M e o R casaram.
Conheço-os há tanto tempo que já nem sei quando foi que começou esta amizade que nos foi tornando cada vez mais cúmplices e mais próximos ao longo da vida.

Tenho a felicidade de ser amiga de ambos. Uma amizade "independente". E "conjunta".
O que torna, portanto, duplamente feliz este momento para mim.

Conheci-os em momentos diferentes, em funções diferentes, sem sonhar que, um dia, tinham sido namorados. A R muito antes, como operador. Uma daquelas pessoas com quem se simpatiza, de quem se gosta à primeira vista, depois como colaborador da minha empresa noutro departamento, passámos a colegas e amigos.

A M conheci mais tarde, como colega que as (muitas) afinidades foram transformando em amizade tranquila. Não foi uma surpresa "descobrir" este amor. Foi um daqueles casos óbvios. Que faziam todo o sentido juntos. Faziam e fazem. Como sempre fizeram. Com nuvens e sol.

Na altura ele já era o meu "íssimo" que eu amava (e amo) "de paixão. E ela já era a minha "inha", sempre no mundo dela. Esta proximidade, sem nunca ter sido, distância, reforçou-se numa descoberta quando comecei a dizer mais vezes "não" a quem achava, por alguma razão, ter tempos de amizade "exclusiva.

Há pessoas, longe dos holofotes, que estão sempre lá.
Há pessoas para quem, longe da boca de cena, estaremos sempre lá. M e R são assim. Mesmo que os dias se transformem em semanas e meses de aparentes "silêncios". Estou sempre lá para eles. Estão sempre cá para mim.

No meu último dia de Porto, no fechar de porta de uma casa vazia, foram os únicos a quem ocorreu espontânea e generosamente não me deixar só. E prestar uma ajuda fisica, um colo e um carinho de que eu própria não sabia precisar. "Não sabias dizer?" - "Não sabia que precisava". Obrigada por estarem aqui. Se fosse ao contrário não farias o mesmo? Sim. - Sem eles, o meu dia teria sido infinitamente mais longo, dificil e doloroso.

Foram também eles, antes de quase todos - na véspera da própria familia - a saber que estava de regresso a Lisboa, num café de fim de tarde com M que se prolongou - mas é claro que temos de ir jantar hoje!! Isso merece celebração! - por um jantar com ambos onde foram feitos tantos e tantos planos. Parti sabendo que não seriam os 300 kms, a falta dos pontuais jantares e cafés semanais que nos tornariam mais distantes uns dos outros. Porque se eles são "issimos" e "inhos" nos meus afectos, também eu sou "inha" nos afectos deles.

Ontem, M e R casaram. Sabíamos, eu como eles, que não poderia faltar. Por muitas voltas, por muitas nuvens, por muitos pés torcidos que a vida tenha por estes dias.

Porque não foi um casamento. Foi uma festa. E que bonita festa foi! A mais bonita em que me lembro de ter estado. Pela simplicidade e beleza, pela leveza, pela suavidade com que as horas passaram rápido, sem darmos por elas. Os noivos lindos, "ambos os dois", felizes, cúmplices. Sempre a sorrir e a brincar e a dançar com toda a gente. Porque são assim.

Eu que adoro dançar, quase sempre entre quatro paredes, e raramente em público, dancei toda a tarde, com poucas ou raras pausas, e só parei na ultima música. Quando nos sentimos felizes, ficamos mais bonitos e sentimo-nos bem. Sentimo-nos em casa.

M e R estão juntos há muito tempo. O namoro está há muito consolidado e a vida em conjunto também. Por isso vos digo que ontêm M e R - de espontânea vontade e na posse das plenas faculdades mentais :) - casaram numa festa linda e eu, que os amo, fiquei feliz por estar lá.


P.S: não preciso de lhes desejar que sejam felizes porque já são. Continuarão a sê-lo, eu sei. 

1 de outubro de 2011

O Padre Filipe Morreu...

O padre Filipe era um bom homem, um bom padre e morreu esta semana. E eu tenho pena que tenha morrido.

Costumo dizer que se Deus for como o Deus do padre Filipe, então, nesse Deus, eu acredito. Nos "outros", nos outros não. O Deus do padre Filipe era um Deus de paz, de compreendão, de erros, de falhas. Não era um Deus perfeito. Não era um padre perfeito. Pode ser contraditório este Deus imperfeito? Talvez? Mas era assim que eu lia, que eu ouvia através daquele padre franzino e moreno, sempre de sorriso nos lábios (nunca o vi sem estar a sorrir, nem mesmo nas raras vezes em que nos cruzámos já nos tempos da doença).

Não tive, e lamento-o, muito contacto com o Padre Filipe. Mas nestes últimos 15 anos foi quase sempre o pároco de Carnide.Foi ele quem baptizou o André e penso que foi esse o meu primeiro contacto com ele na qualidade de madrinha. Recordo de então, a subtileza e carinho com que numa cerimónia de batzinhado triplo a ausência de pai do André não foi sequer notada ou referida nas reuniões preparatórias.

Nunca fui muito de missas, igrejas... essas coisas. Sinto-me espiritual mas não necessariamente religiosa. Comove-me um padre como um rabi e o lugar no mundo em que mais me senti em paz até hoje num templo budista em Seul.

Reconheço, ainda assim, uma particular ternura pelos franciscanos. Desde o fundador a Sto António. Também ele, o padre Filipe, era franciscano, e talvez por isso, não sei, os seus sermões eram sempre conversas.

Houve um tempo, já eu estava no Porto, em que a minha mãe ganhou o hábito de ir à missa ao Domingo. E eu, de vez em quando, mais para lhe fazer companhia, ia com ela... gosto de rituais e de alguma forma há alguma paz nos rituais liturgicos. Quando era o Padre Filipe a missa a era um verdadeiro prazer. Ri e chorei muitas vezes com os seus sermões. Ou até mesmo ambos numa só missa.

O sermão que mais me marcou na vida foi há muitos anos, numa missa de ano novo, e falava daquelas coisas que todos desejamos uns aos outros nestas alturas, nos balanços de vida que fazemos... nas épocas de maior ou menor desânimo.

É provável que ao longo dos anos, em momentos melhores ou piores de cada um, já vos falado no "sorriso no cimo do muro"... e hoje, no dia em que soube da sua morte, da morte de um homem bom, espero que lá onde quer que esteja o Padre Filipe saiba que foi muitas vezes um sorriso de paz, conforto e esperança para muito de nós.

Que descanse em Paz.

20 de setembro de 2011

HSC

“Há amores que perduram. Outros que acabam. Outros, ainda, que se transformam.

Há amores sexuais.”

Pergunto-me que tipo de “amor” será o nosso…

19 de setembro de 2011

Familia maravilha?

Ele perguntou de repente, a mudar de assunto:

“como vai a família maravilha?”

Eu pensei que ele estava a ser irónico, juro. “Família maravilha?”
- sim… vocês são muito unidos.
Ah, lá isso somos! Completamente sicilianos mas muito unidos! Muito mesmo!
- LOL! Quem me dera ter uma família assim…

A conversa ficou por ali (até porque ele já estava a começar a disparatar e eu tive uma reunião de repente) mas fiquei a pensar naquilo.

Há 20 anos a minha família não era exatamente motivo de admiração (se bem que também não me lembro se era motivo de discussão acesa, eventuais grrrrrrs volta e meia talvez). Pergunto-me se não era (também) desse lado familiar que ele vinha à procura tantos anos depois… se não é também esse lado que nunca teve e sente ter perdido sem saber que o perdia. E fiquei a pensar nisso…

16 de setembro de 2011

O último dia

Foi hoje. E foi giro. E correu bem.
Tive alta de manhã como estava previsto. Não havia razão nenhuma para isso não acontecer. A consulta foi de manhã mas eu tinha prometido ir lá nessa tarde confirmar a alta à Silvia.

A Silvia é um amor e já na véspera me tinha dito que a última sessão seria nesse dia. Levei bolos e sumo para o lanche de despedida depois de um dia muito agitado: consulta de manhã, almoço muito divertido com um amigo, mais uma consulta, breve paragem em casa para mudar de roupa, comprar bolos e sumo, ir a correr para a fisioterapia... e tentar concentrar-me nos exercicios onde I e D passaram o tempo a tentar desconcentrar-me e fazer-me rir porque, segundo eles, não queriam que me fosse embora... uns queridos! As meninas disseram o mesmo mas eram mais suaves. A Silvia muito ralhou com eles! A rir, mas ralhou. Porque eu já tinha tido alta e assim ainda ia acabar por me magoar quando, na verdade, ninguém queria que isso acontecesse. Por muita pena que todos tivessem de me ver ir embora é de facto um bom sinal (e é, é sinal de cura :) ).

Há medida que iam saindo, iam lanchando mas alguns de nós fomos ficando para o fim e saímos já perto das 8 da fisioterapia. Nessa altura os poucos que restavam interromperam os exercicios para brindarmos com sumo e vermouth e comer os pasteis de nata. Brindámos ao futuro e houve risos.

Segunda volto ao trabalho e à rotina do dia a dia. Mas prometi voltar para os visitar e é isso que farei. Para começar já na próxima semana.

A Fisioterapia foi surpreendente. Nunca pensei que pudesse fazer amigos em mês e meio. Que pudesse ser tão divertido trabalhar tanto (diariamente e com dor) e mesmo assim fazer amigos... ao mesmo tempo que curei um pé :)

11 de setembro de 2011

Dias aparentemente banais

Que de repente parecem mudar a nossa vida, devagarinho, tranquilamente. Não necessariamente mudar mas ter um impacto inesperado na nossa vida, com todas as voltas e reviravoltas que o mundo dá.

Fez esta semana um mês que cai nas escadas no emprego. Dei uma daquelas quedas valentes, magoei-me a sério. Por pouco não parti o pé. Por pouco não foi um entorse de nível 3 (eu não percebo lá muito disso mas tanto quanto percebi é o mais grave e o meu ficou algures pelo meio entre o 2 e o 3). Por pouco não fui operada. Hospital, canadianas, tala, pé no ar, gelo... mais médico, baixa... fisioterapia.

Que mudou tudo. Que começou fez precisamente ontem um mês (poucos dias depois da queda) e deve terminar esta semana com muita pena minha.

No inicio parecia uma seca. Não pelo tratamento mas, ir para lá, todos os dias, ao fim da tarde, duas horas? Ainda bem que é perto! Chegar a casa às oito da noite... todos os dias! Mas depois, de repente, aquelas duas horas, que há medida que o tempo foi passando se converteram em quatro porque os exercicios vão aumentando, são um prazer. Não só uma terapia para o pé mas para a alma, para o espirito. Um antidepressivo natural.

Os meus fins de tarde na fisioterapia são muito divertidos. E muito eficazes. O pé está quase bom. Somos um grupo pequeno, muito simpático, damo-nos todos bem. Uns mais faladores e simpáticos do que outros mas não há ninguém antipático ou insuportável. Tem a ver com feitios e maneiras de ser. A fisioterapeuta ajuda porque é muito simpática, interage com todos, tem sempre o controle da situação não há momentos mortos e percebe imenso do assunto. Já consigo pular (correr é que ainda não :( sofro imenso) e a Silvia dizia-me esta semana: quem viu o seu pé nos primeiros dias e quem o vê agora... não tem comparação possível... o mérito é dela, claro, e foi o que lhe disse. Respondeu-me que não. Que é nosso. :) E do meu organismo que também colabora.

E depois há duas ou três pessoas que num mês achamos que mesmo quando a fisioterapia terminar vão continuar por perto, como o Inácio. Damo-nos muito bem. Fartamo-nos de rir. E de fazer rir. Reclamamos quando um chega mais tarde que o outro. E é engraçado. A Silvia, diz que fazemos uma boa dupla :) quando trabalhamos em conjunto, porque temos o mesmo tipo de lesão no mesmo pé e há exercicios comuns que fazemos em conjunto mas, ele é piegas como são quase sempre os homens, LOL, e ele é muito aldrabão e eu faço tudo direitinho o que provoca grandes gargalhadas porque ele tenta enganar-nos e entre mim e a Silvia não tem hipótese (por ele só andava de bicicleta, odeia a passadeira e mais meia-dúzia de exercícios).


Mas também temos conversas sérias, especialmente quando estamos na bicicleta ao mesmo tempo.Sobre o mundo em geral, sobre politica nacional e internacional, sobre futebol, sobre religião e a troika.

Sobre o Pluto. Aconteceu, porque me achou triste nesses dias em que eu não ria e pouco falava.
Um dia perguntou: porque é que andas tão triste e de lágrimas nos olhos? E quando eu contei, teve a ternura de não me dizer "é só um cão" mas de ouvir, compreender e, afinal de contas, até me fazer rir.



Por isso vos digo que nestes dias "aparentemente banais" um acontecimento chato, que podia ter sido até dramático, numa época de algum silêncio em que a escrita tem substituido muitas vezes a voz, ali é uma espécie de oásis sem passado, sem histórias, sem criticas, sem reclamações. Só nós, as nossas lesões, as nossas pequenas/ grandes conquistas diárias celebradas por todos. E talvez, num ou noutro caso, exista um futuro. Um amigo é coisa rara para se guardar dentro do coração. E eu vou ter saudades deles.

6 de setembro de 2011

Adeus, meu querido...

Foi hoje que partiu, o meu amigo querido... para que fique finalmente em paz.

Vamos ter, sempre, saudades tuas :)

3 de setembro de 2011

Amar, também é saber desistir...

Deixar partir. Com lágrimas e de coração partido. Reconhecer que não tenho o direito de querer que fiques mais tempo. Que continues aqui. Que não é justo.

Pergunto-me se sofres e não consigo perceber. Olho-te e não entendo. Queria tanto que ficasses. Queria tanto poder ajudar-te a ficar. Se não mais tempo, pelo menos a partir rodeado de amor, dos que te amam. E somos muitos, os que te amam. E não ali, naquela marquesa fria. Naquela sala gelada. Com aquela mulher antipática que pede dinheiro para te ajudar a partir.

Se eu soubesse, se eu tivesse a certeza, que não sofres, dormiria todas as noites ao teu lado até acontecer. Para te sentires amado até ao último suspiro. Da mesma forma que te levo a água que bebes mas que os rins não expulsam e a comida, pouca, que lá vais comendo como se soubesses que isso nos deixa felizes.

Se eu soubesse que no fundo desses olhos tão doces, como sempre mas, mais tristes que nunca, não há dor... nesse corpo que se arrasta no pouco que te vais mexendo... não é minha a decisão, sabes meu querido? E mamãe parece tão decidida... mas se eu soubesse, se eu tivesse a certeza... se todos tivéssemos a certeza...

Amar doi tanto meu querido!!! Tanto!!! Amar-te é deixar-te partir para ficares em paz. Finalmente. Depois dessa vida tão dificil que tiveste antes daquele dia em que esses lindos olhos castanhos cativaram para sempre mamãe e companhia... a mim, seduziste-me desde o primeiro dia. Neste amor sempre correspondido :)

Queria que fossem semanas, meses. Sei que não serão. Horas, dias. E é justo que o sejam. Para ti.
Se choro. Muito. É já do vazio que vou sentir naquela casa. Do olhar que te vai procurar tantas vezes.

Não choramos de saudades, sabes? Temos saudades porque foi bom. É o vazio que fica que nos faz chorar.

O nosso Plutinho está a morrer. Há cinco anos que o sabemos. Na altura conseguimos "resgatá-lo" à doença, foi uma batalha ganha a uma guerra que sabíamos que não seria ganha. Chegou a recta final.

O Plutinho está a morrer. E eu estou de coração partido.

1 de setembro de 2011

Histórias de dias que não vos contei


Antes do pé, antes do regresso ao trabalho, nos útimos dias de maio. Dias de silêncio. De paz. E de sol.




31 de agosto de 2011

Esta semana...

Dia 1... (que por acaso foi 3ª)

Depois de muitos dias (desde dia 06 de Agosto) deixei as canadianas.
Duas semanas antes, de forma gradual, tinha deixado a ortótese (leia-se uma prótese azul, dura e amovível que tinha que colocar todas as manhãs no pé e retirar ao final do dia) há umas duas semanas. Depois foi uma das canadiadas. Na sexta da outra semana tinha passado a uma canadiana, e esta terça... voilá! deixei as canadianas de vez! Fiquei tão feliz que até dancei quando cheguei à fisioterapia (pouquinho, que não convém abusar! :) Agora ainda ando com o pé elástico por uns tempos mas é, de tudo, o que menos incomoda.

Dia 2... (que por acaso é hoje)

Duas consultas... o dr. M não tem metade da piada do dr X e está sempre a perguntar-me "o que é que acha" como se fosse eu a médica... eu não acho nada!! O médico não é ele??? Enfim... o edema está bastante melhor mas como tenho de apanhar 2 autocarros para ir trabalhar (a estação do areeiro está em obras) lá se resolve a manter-me em casa (já estou um bocado farta!) e com a fisioterapia diária.

A Dra C é muito mais simpática. Diz que o pé está muito melhor e que a fisioterapia está a resultar muito bem. Eu também acho. Ás vezes custa-me ter de ir para lá todos os dias áquela hora mas depois de lá estar divirto-me imenso e as duas horas passam rápido. Hoje cheguei mais tarde porque tinha a consulta com a Dra C e o Inácio já estava a reclamar (então vim para estar contigo e tu chegas a esta hora?) e a Lurdes também disse que já tinham perguntado por mim, que já tinham sentido a minha falta. É bom quando sentem a nossa falta, não é? Fartei-me de rir com eles :)

Trabalhamos, muito!, para sarar as nossas lesões (e há lá casos bem mais complicados que o meu!) mas acabamos por ser sempre os mesmos e eu sei que daqui a duas semanas, quando acabar, vou ter saudades deles :)

22 de agosto de 2011

Vamos ignorar o dr. X!

Vamos? Perguntei, ignorar realmente, o dr. X? (o que me faz sorrir de mim para mim, só de mim para mim, naquele cantinho só meu, mas essa... é outra história).

Vamos, que ele não percebe nada disto, repetiu, a terapeuta, convictamente. Quem sabe disto somos nós, respondeu a sorrir.

Ignoremos então o "dr" X. :)
E, já agora, a terapeuta tinha razão. Desde que ignorámos o "dr", (que não me deixava pôr o pé no chão, obrigava a andar com aquela tala e tinha decidido que eu precisava das duas muletas) isto ficou mais fácil e começou a melhorar :) devagarinho, mas começou. Talvez ela tenha razão e sejamos "nós" quem "sabe disto" :)

5 de agosto de 2011

Alicinha

Ontem, fui a casa de mamãe de surpresa. Mamãe estava em baixo como está sempre quando o mano resolve fazer uma ou outra “maldade”. Mais uma como em Dezembro.


Desta vez resolveu (depois de aparentemente cá estar há pelo menos uma semana no Alentejo) que hoje é noite de cá vir "picar o ponto" e então comunicou a mamãe que vem hoje lá pelo fim do dia, janta e fica cá para amanhã "combina lá com a avó e "com elas" o jantar". Parece que vai embora amanhã.

Não sabemos se almoça cá ou não.
É como numa peça de Teatro : ele vem (quando bem quer e lhe apetece) cumpre o papel dele e nós, como damas na corte de um rei, cumprimos o nosso. Embora esta dama em concreto esteja hoje com um bocadinho de mau feitio e sem vontade de participar no teatro desta noite. Talvez amanhã se ele ficar por cá.
Por isso como mamã estava muito triste, nervosa e angustiada (tinha-me ligado lavada em lágrimas sem saber o que fazer) fui lá para lhe dar um bocadinho de mimo. Eu sei que a minha DP é profunda. E que devia ser ao contrário. Mas pronto, foi mais forte do que eu… e depois ainda estranho que se esqueçam que eu estou doente, não é? LOL!!

Adiante… quando lá cheguei… mamãe toda babada disse: "vieste ver a mamã, que linda" e eu , a meter-me com ela disse-lhe “não, vim ser a Alicinha” (ainda não vos tinha contado que vovó está lá em casa desde Sábado, pois não??). E aí… aí vovó ficou toda babada… abraçada a mim… que eu sou uma querida… como é se agradece tanto amor… respondi-lhe que não se agradece. Que o amor se recebe. Assim. Sem agradecimentos e mais nada.

E ao vê-la ali, de olhos cheios de lágrimas, tão comovida pelo meu abraço e porque lhe disse que a tinha ido ver… não tive coragem de lhe dizer que estava a meter-me com mamãe e perguntei-me porque razão não lhe digo mais vezes, à minha Alicinha de 80 anos, que a amo.



A sorte de mamãe...

...é que eu ando um bocado para o zen com estes drunfos todos…



Ontem (e já não é a primeira vez) disse-me tranquilamente “estás tão bonita hoje! Nem parecias tu!!” Ora digam-me lá se isto é coisa que uma mamã querida diga a uma filhota???

Ainda por cima a uma filhota dp???? É que é coisa para eu lhe virar as costas e fugir para casa, me atirar para o chão (que, no meu ovinho é, basicamente, a minha cama) e chorar horas a fio!!

Não é simpático, pois não? Mas não é a primeira vez… desde o “estás tão bonita que nem te reconhecia” ao, há muitos anos atrás, “a tua roupa nem sempre é muito bonita mas, tem sempre um ar muito confortável!!” Na altura, entre o cravo e a ferradura, escolhi a segunda mas não me esqueci…

Agora digam lá se mamãe não merece um grito??? A minha segunda dra bem reclama que eu nunca me zango mas… a continuar assim… não sei não ;)



1 de agosto de 2011

Não te enganes...

... e eu também não. Apesar do óbvio: há mais sorrisos neste blog.

E mais rosa em vez de negro :)
Alguém no outro dia me explicava o que isso significa mas, confesso ter esquecido no meio de tanta confusão. Reconheço a mudança também nas cores há minha volta: menos azuis. Mais verdes abertos e luminosos. Mais rosas velhos. Vermelhos. Amarelos e laranjas. Cores mais felizes :)

Já te contei do dia em que mamãe (que vai lamentar para sempre não se ter lembrado de tirar foto) olhando a minha mala de viagem aberta no quarto de hotel ficou.... chocada? preocupada? assustada? algures por aí... porque toda a minha roupa era em tons de azul ou cinzento (sendo que o azul turquesa para além de pouco não deixava de ser... azul... ) Desde esse dia "cusca" sempre a minha mala de viagem :)

Adiante... ultimamente disperso-me com uma facilidade que não era assim tão comum e que agora parece estar quase sempre presente. E também ando disléxica. Aposto que andas a encontrar uma série de erros por aqui...

Na!! Pára! Lá estou outra vez a dispersar!!

Não te enganes, portanto,  com as cores suaves, os posts mais brilhantes, mais felizes... mais leves. Tudo isto tem por base três médicas, 8 comprimidos diários, algumas lágrimas de vez em quando (diz que é sinal de sanidade mental, quem diria?)... e a noção perfeita que no dia em que achar por auto-recreação que consigo lidar com tudo sózinha e lhes fechar a porta - a médicos e medicamentos, desmorona tudo outra vez :)

Porque é que te conto tudo isto agora? Porque é preciso que alguém saiba quando eu me esquecer - se eu me esquecer -  alguém que me dê um abanão ou um puxão de orelhas "atina-te!!" :) qualquer coisa assim.

Não sei se é o brilho que voltou ao olhar, o sorriso aos lábios. O vigor fisico em contraste com a apatia dos primeiros tempos, a resposta sempre na ponta da lingua para o "meu mais velho" nas nossas "desconversas" ou a surpresa da avó porque o meu amor pequenino fica uma hora com a tia e nem sente a falta de mamã de avó :p (resta dizer que perante a surpresa da avó a mãe respondeu: as madrinhas fazem milagres ;) )

A mana pergunta "quando é começas a fazer o "desmame" (eu sei, a palavra é horrível mas é o que temos...) parecendo achar que tudo está tudo sob controle... mamãe diz que vai ser para o resto da vida... mas, bem vistas as coisas acho que quem sabe sou eu... e as minhas três doutoras :)

Se é o meu tão alardeado "bom senso" (não tão sensato quanto isso, não é verdade?) que parece continuar por cá, ou do trabalho com a dra Joana, não sei. Provavelmente dos dois :) mas três coisas eu sei:

- não vai durar a vida toda
- ainda vai levar o seu tempo, mas um dia acaba
- a camada de gelo é ainda muito fininha para me arriscar a patinar no centro do lago a solo :)

E agora, depois de tanta divagação, perguntas tu.... para que é que foi aquilo tudo mesmo?? Para mim. E para ter a certeza que se um dia eu cair na tentação de esquecer, estarás aí, desse lado, para não me deixar caír no lago.

Prometes? :)

31 de julho de 2011

Dias de Flores...




Como esta, hoje. Porque sim :)

27 de julho de 2011

E de repente....

... olhamos para um papel e está lá escrito: 60 anos. Quano foi que aconteceu? Quando foi que a nossa mãe (que durante anos não teve idade para nós) passou a ter aquela idade que, quando éramos putos, era de velhos... tão velhos!!!

Provavelmente a nossa mãe passa a ter 60 anos quandos os três filhos já chegaram aos 40 e vóvó, sempre tão cheia de vida, de repente fez 80 e acha que vai morrer a qualquer momento porque está muito doente (embora os médicos insistam em dizer que não). Claro que, aos 80, as doenças se medem pelos médicos a que se vai e quantidade de comprimidos que se toma (quase como de fosse um campeonato, estão a ver?) e está sempre mais doente que toda a gente embora, por algum tempo, não tivesse conseguido bater os meus 15 por dia ;) que tinha mesmo de tomar e não porque achava "estou enervada ou vou estar ou vai subir-me a tensão" enfim, que os deuses a mantenham assim por muito tempo :D mesmo "chatinha" e "muito doente".... se a medida para tal for o número de comprimidos.

Mas, dizia eu, que isto da escrita já se sabe que é como as cerejas, vem uma coisa atrás da outra, que foi o nome, a data de nascimento e a idade, escrita ali, preto no branco (60 anos) que de repente me deixou a pensar que mamãe também tem idade e não vai ficar cá para sempre....

22 de julho de 2011

14 de julho de 2011

Mau Humor :(

Hoje estou de mau humor… :(

Não é bem grrrrrr nem ligeiramente “urso”. É mesmo de mau humor. Seja lá isso o que for.
Ainda que, surpreendentemente, haja um lado da minha vida a descobrir-se subitamente feliz…

Não é deprimida. Nem triste. É de mau humor. Pronto....

30 de junho de 2011

"Metade" - Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito

não me tape os ouvidos e a boca

pois metade de mim é o que eu grito

a outra metade é silêncio
Que a música que ouço ao longe

seja linda ainda que tristeza

que a mulher que amo seja pra sempre amada
mesmo que distante

pois metade de mim é partida

a outra metade é saudade

Que as palavras que falo

não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor

apenas respeitadas como a única coisa

que resta a um homem inundado de sentimentos

pois metade de mim é o que ouço

a outra metade é o que calo

Que a minha vontade de ir embora

se transforme na calma e paz que mereço

que a tensão que me corrói por dentro

seja um dia recompensada

porque metade de mim é o que penso

a outra metade um vulcão

Que o medo da solidão se afaste

e o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável

que o espelho reflita meu rosto num doce sorriso

que me lembro ter dado na infância

pois metade de mim é a lembrança do que fui

a outra metade não sei

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito

e que o seu silêncio me fale cada vez mais

pois metade de mim é abrigo

a outra metade é cansaço

Que a arte me aponte uma resposta

mesmo que ela mesma não saiba

e que ninguém a tente complicar

pois é preciso simplicidade pra fazê-la florescer

pois metade de mim é plateia

a outra metade é canção

Que a minha loucura seja perdoada

pois metade de mim é amor

e a outra metade também



Álbum “Trilhas” -1977

20 de junho de 2011

Gosto de Andorinhas...

Já te disse que gosto de Andorinhas?
Anunciam o Verão, são o prenúncio de dias felizes. E quando partem, nos primeiros frios de Outono, sabemos que voltarão, voltarão sempre, felizes em cada primavera.

Quando morre uma andorinha... não se acaba a primavera, diz o poema. Mas fica mais triste o meu Verão. E cinzentos os dias...

Gosto de Andorinhas... já te disse que gosto de Andorinhas? :)


                                                     
 

9 de junho de 2011

Mudar de vida

Ou, no caso, de morada.
Vou deixar de escrever aqui e fechar este blog.


Não me procurem mais aqui, não esperem mais posts. Não voltarei.
Aos meus dois leitores fiéis... desculpem mas tem mesmo de ser.


Beijo. Grande.

Este post está escrito desde o meio-dia de 8 de Novembro de 2010. E o blog esteve quase, quase a acabar.
É provável que hoje, na verdade, já ninguém me leia. E que não tenha notado a ausência, o silêncio.
Alguém, que já não está connosco, dizia, há muito, que quando eu me calava era mau sinal. Era sinal que tinha desistido. E ainda é. Não necessariamente "mau sinal" mas sinal de desistência.

Há alturas em que o maior silêncio é este, aqui dentro.

Hoje voltei a chorar. Permiti-me chorar. Acho que o desaprendi nestes meses por razões que não vêm agora ao caso. Porque não podia ou, sem que o soubessem, não me "deixaram". Ocultar a minha... dor, era minimizar a de outros. Escolha errada, eu sei.

E é curioso que tenha sido hoje, logo hoje, que aqui voltei. Não para terminar, não para o "fechar" ou deixar por aqui ao "abandono" como tantos outros que li em tempos. Ou como já fiz no passado, não foi G?

Mas estou outra vez a divagar (a conversa é como as cerejas, sabiam? A escrita também). É curioso que tenha sido hoje porque andava a pensar voltar a escrever aqui (se eu postasse todos os posts que "escrevo" no pensamento nos muitos quilómetros que tenho andado a pé, isto nunca mais acabava! E "lindos"!) quando um acto inconsequente trouxe de volta um passado terno e distante como se fosse uma bofetada. O choque foi tanto, a supresa foi tanta, que de repente dou por mim a chorar. Esse choque, esse passado tão distante que hoje voltou tão... mudou algumas coisas de repente. Incluindo este blog. Que existiu porque eu precisava de por exteriorizar aquilo que não podia dizer. Quando queria dizer. A quem queria dizer... o "Amor (im)perfeito" que então vivia. Era agora ou nunca, terminava aqui. O blog. E estava quase a fazer "delete" quando percebi que... não queria. Não quero.

Por isso vai ficando por aqui... com novos e velhos posts. Com rascunhos que acabei por não publicar na altura e que agora quero guardar. Mas "mais leve" sem muitos dos primeiros posts.. Com todo esse "passado" arquivado onde espero nunca mais voltar. Há fotografias que olhamos e não identificamos quem lá está... nunca vos aconteceu? Tantas pessoas, tantos lugares que nos disseram tanto e que agora são imagens vagas, desbotadas e, muitas vezes, anónimas. Eram assim, esses posts.

Não vai mudar nada nesse passado. Aquilo que fazemos fica connosco para sempre. Mas o resto eu posso mudar. Ou tentar pelo menos :)

Quase Natal (escrito a 21 de Novembro de 2010)

Hoje, o Natal chegou de madrugada à minha casinha de "brincar". Começa a haver, por todo o lado, luzes e cores, pais natal, presépios, velas e árvores de natal... e estrêlas e luzes...

Hoje, o mais velho sorriu quando chegou e viu, que apesar do Natal, o "Tahu" permanece, imutável, quase no lugar de sempre, o lugar em que ele o deixou há meses, de sabre de fogo em punho para "tomar conta" de mim :D

E o mais pequenino, o mais pequenino sorria feliz. Com tanto "natal" por todo o lado :D

Houve risos e beijos e abraços. E foi um dia feliz, de sol. Quase Natal.

24 de março de 2011

Chico Xavier (esse mesmo, o do Brasil)

"Ninguém pode começar de novo mas, qualquer um pode fazer um novo fim"