31 de outubro de 2008

Chocolate

Há noites assim… quase mágicas. Como se de repente o tempo parasse e ficasse apenas aquela voz. Doce.

A “inveja boa” por alguém conseguir fazer “aquilo” com a voz. A cumplicidade e alegria em palco.
O sorriso e a doçura da João, a alegria do Mário ao piano, o prazer dos restantes por estar ali.

E nós, muitos, uma sala cheia, esgotada, em silêncio, a partilharem aquele momento.
A rir com a cumplicidade e alegria de quem se conhece bem.

Apesar da crise que, como dizia a João em dado momento, não nos impediu de estar ali.

Num dia de 12 horas de trabalho, num dia de chuva e frio, pelas 22h houve duas horas de paz… de silêncios cheios de música e cumplicidade.


Esta manhã os olhos pesados pelas poucas horas de sono e o corpo cansado pela falta de repouso dizem-me, ainda assim, que valeu a pena.

15 de outubro de 2008

Fiquei, depois de ter partido

A minha amiga é uma das 3 pessoas que me lêem nesta morada e andou por cá alguns dias sem reparar que havia um post novo :)

A razão é simples: o titulo.
Muito, muito, muito parecido com o do Post anterior sobre Barcelona.

Por isso, e porque fazia parte dos planos iniciais, aqui está uma foto de Cuba:


(e antes que perguntes, sim, tinha MESMO de ser "dele" :) )


Desde há muito, desde o dia em que pela primeira vez descobri Che Guevara numa biografia comprada na Feira do Livro de Lisboa (e que não lembro o que me fez comprar), Cuba passou a ter para mim uma importância que, até aí, não existia.

Mais do que Fidel, para mim a revolução Cubana é Che Guevara. Para além de o achar um homem muito bonito, o que me seduz, como a tantos outros, em Guevara, é a capacidade de acreditar, de lutar até à morte por uma causa, uma revolução e um país que, à partida, não eram os seus.


Che escolheu Cuba e os Cubanos adoptaram-no como seu.

Em Cuba, Che está por todo o lado. Nas bancas para os turistas, nas ruas, nas paredes, nas casas. Nos corações.
Foi uma surpresa logo nos primeiros momentos e, provavelmente, a razão maior deste recente amor por Cuba.

A maior. Mas não a única. Felizmente, há muitas outras.
A beleza de Havana e Guamá. A Baía dos porcos.

Hemingway e Eça de Queiroz (cônsul em Cuba durante 2 anos).

O calor. A simpatia do povo. O contraste ente o novo e o velho.
O citroen xsara de 2000 e o Ford de 1950.

O cheiro dos charutos (de que eu não gostava mas que lá percebi que pode cheirar a chocolate).
A paisagem verde e azul, imensa, que não cabe numa fotografia. Por muito que se tente.

A vontade de saber mais, de descobrir mais.

Sim, gostei de Cuba. E quero, muito, voltar no próximo ano. Ainda que parta para outros destinos.
Fiquei, depois de ter partido.