21 de setembro de 2009

Eu gostava dele

E tenho pena que tenha morrido.

Pela morte. Mas, principalmente, porque me parece que lutou muito contra aquele cancro, que sofreu um bocado, e que merecia ter conseguido.

A morte pelo Cancro doi-me sempre. Talvez por já o ter tido por perto em pessoas importantes na minha vida e nos meus afectos. Talvez pelo fantasma que paira sempre no meu peito. Ou pelo medo dos 4 meses sem voz.

Acho-o injusto. Como provavelmente todas as doenças são. Mas o cancro é tão sujo, às vezes, doi tanto, as pessoas ficam tão frageis, tão doentes, tão pequeninas nos tratamentos contra ele.

E é talvez por isso que lamento que tenha morrido. Porque lutou até ao fim. Porque acreditou. Porque mesmo doente e frágil continuou a viver e a trabalhar. E a sorrir aos fotógrafos e aos fãs. Porque não desistiu.

Gostava dele sem ser exactamente fã.
E claro que vi o Dirty Dancing como quase toda a gente. Embora ache que só vi uma vez - o que parece ser um caso raro - e nem me lembre bem da história (confesso que o gravei ontem para rever). E vi o Ghost que arrancou suspiros e sonhos (qual de nós não sonha com um amor assim?). E mais um dois filmes de que não guardo detalhes.

Mas para mim, a memória de Patrick Swayze é uma série, há muitos anos, antes do MEO e de haver vídeo lá em casa para poder gravar.

Parava tudo para ver, vibrava com a história, "sofria" por aquela amizade entre os dois opostos. E pelo rapaz sulista, simpático, de coração nobre e sorriso aberto (embora suspirasse mais pelo rapazito do Norte... seria um presságio???).

Eu gostava dele. E tenho pena que não tenha conseguido.

19 de setembro de 2009

Num dia de Agosto...

"A minha decisão está tomada, eu vou desertar."

Havia um poema assim quando eu andava no liceu. Era um poema em francês. Escrito, se a memória não me engana, por um combatente camponês na 2a guerra mundial. Um "partisan". Traduzi-o nessa época. Uma tradução livre, que não recordo ter sido apenas por prazer ou por obrigação académica.

Lembro-me de sempre me ter atraído este poema, quase um desabafo, em que alguém explicava porque ía desertar. Não retive o resto do poema, os detalhes da explicação, porque desertava (embora ainda o deva ter por aí, nas poucas recordações "fisicas" que carrego ao longo da vida) mas a frase ficou para sempre "a minha decisão está tomada, eu vou desertar".

Por estes dias vem-me de novo à memória.
Mesmo sabendo que não se trata de uma deserção, que não é uma "traição à pátria". Mas depois de 12 anos, está tudo feito por aqui. É tempo de partir, de regressar a casa.

O processo ainda mal começou. Não sei qual é o desfecho, o destino.
Há o destino desejado e o destino possível. Naturalmente, torço pelo primeiro.

Do destino, depende também o timing... da conclusão, feliz ou não, do processo em curso.

Já não estou, realmente, aqui. "Já lá estou, antes de chegar", seja qual for o resultado. Mas, citando a minha amiga, foi alcançado o "ponto de não retorno".

É tempo de abrir os armários e deixar sair os fantasmas. De lamber e deixar sarar as feridas. É tempo de seguir em frente sem culpas e sem mágoas.

A minha decisão está tomada, eu vou desertar.
E voltar, tanto tempo depois, para casa.

18 de setembro de 2009

Madeira


A propósito do meu amigo que tem a imensa SORTE de ir trabalhar uns tempos para a Madeira... lembrei-me de algumas coisas de que gosto por lá:

Aquele mar imenso
Aquele verde a perder de vista
A pronúncia "maderense"

A baía do Funchal
A luz do Funchal
As ruas do Funchal
O Funchal

As cascatas na serra
As levadas
As estradas estreitinhas
A senhora do Monte

O bolo do caco
A poncha
O bolo de mel
O vinho da Madeira

As flores por todo o lado

O bailinho (porque me dá sempre vontade de dançar)

As pessoas


As lembranças felizes. Muitas. Muito felizes.