23 de fevereiro de 2010

Os primeiros dias do resto da minha vida...

O regresso a casa. Voltar a viver em Lisboa.

A proximidade da família (tão bom, tão quentinho, saber-vos por perto).
Ir jantar a casa da mamã e voltar para dormir em casa.

O mail de despedida para os meus meninos.Embora não seja, realmente, uma despedida.

As lágrimas que contive na sexta. Num dia que passou a correr e terminou num jantar feliz onde só estava quem de facto importava e as ausências que surpreenderam outros, infelizmente, já não me surpreenderam a mim. Com excepção de uma, reconheço. Apesar de tudo.

As mesmas lágrimas que correram livres no sábado. Quando fechei a porta de uma casa vazia pela última vez. Onde fui tão feliz e tão triste. Onde vivi tantas alegrias e alguns pequenos/ grandes dramas.

A ultima viagem de regresso (as que se seguirem serão sempre no sentido inverso). Mais tarde e mais carregada que o esperado.

M e R sempre presentes mesmo quando digo que não é preciso. Sem me darem espaço para recusar (não é por mal, eu juro. Só não tinha mesmo percebido que precisava e que era tão bom). Foi o argumento “se fosse ao contrário, tu também estavas aqui” que me convenceu e desarmou. Pois estava. Que bom que o saibam. Tão bom que o tenham feito.

A queda na saída do comboio. Tantos anos, tantas viagens e nunca nada assim se tinha passado. As nódoas negras nos joelhos.


A sensação “eu não posso mais” num dia esgotante no físico e nas emoções. A constipação e a febre que também não ajudaram.

O novo edifício. A nova realidade da empresa. Os novos/ velhos colegas (a sério mesmo é só para a semana).

O café ao fim da tarde com um amigo que não via há anos. Saber que outros amigos, outros cafés, e outros jantares, se seguirão.

Ir de metro para o emprego. Decidir como vai ficar a casa. Arrumar/ desarrumar as muitas caixas e caixinhas.


E acordar feliz em cada manhã.

17 de fevereiro de 2010

Parabéns a mim :D

Não, eu não faço anos hoje. Mas foi um dia todo especial em que se fechou um ciclo muito importante na minha vida.

É a primeira etapa das muitas que se seguirão e daqui para a frente é o futuro.

E eu estou toda babada e toda orgulhosa por ter conseguido!! Apesar de muitas dificuldades pelo caminho o navio chegou a bom porto e eu estou muito feliz :D

Só coisas boas por estes dias! OBAAAAAAAAAAAAA!!!!

16 de fevereiro de 2010

Nelson Évora


Hoje vi-o de repente no meio da rua. O raio do homem é giro que se farta!! Eu diria mesmo “LINDOOO”!!!
Alto, magro, extremamente elegante, com uma cor linda e um sorriso irresistível!!

Eu ia apanhar o comboio no Oriente e ele estava lá a despedir-se de uma menina (sortuda, o raio da rapariga!! Grrrrr ;) ). Reparei nele por achar que tinha um sorriso muito bonito e quando olhei duas vezes percebi quem era.

Eu já gostava dele. Acho-o muito querido e muito simpático (e mais humilde que uma certa estrelinha que anda por aí com muito menos razões para se armar). E sempre o achei giro mas depois de o ver “ao vivo e a cores” o raio do rapaz é mesmo lindooo!!

Simples, anónimo no meio da multidão. Simpático e sorridente com quem o olhava e completamente dedicado a quem o acompanhava (já vos disse que ainda por cima era gira??? Grrrrr).

Talentoso, humilde e lindo… já perceberam que gosto dele, não já? ;)

15 de fevereiro de 2010

A minha casa

A primeira vez que entrei sozinha na casa nova eram 7 da manhã, de noite e sem luz. A mudança ia começar a tomar forma na casa de Lisboa e 4 minutos depois tocavam-me á porta. Às 9 já tinham terminado e passei as duas horas seguintes a arrumar e tentar colocar alguma ordem no caos.

A mamã e a mana foram uns amores. Mamãe porque me acordou ás 6,30 e preparou o leite para eu não sair de casa em jejum. A mana porque me foi buscar ás 6.45 e me preparou o pequeno-almoço como faz para o filho todas as manhãs: leite, fruta, iogurte e um chocolate (do amargo, que sabe que eu gosto). Até a colher para o iogurte me mandou.

E compraram comida e um conjunto de pá, balde, esfregona e vassoura. Novos e vermelhos. A pá é toda XPTO… é triangular e dobra-se para arrumar melhor.

Eu sei que isto ainda é a lua-de-mel. A novidade de eu estar de volta (apesar de já ter havido alguns “arrufos” com mamãe). Eu sei que um dia destes tudo passa a ser “normal” e a rotina se instala.

Mas, por estes dias, comovem-me até ás lágrimas. Porque é a forma de me mostrarem como estão felizes por me ter de volta.

Já vos disse que estou feliz por voltar a casa e que adoro o meu cantinho novo? :D

11 de fevereiro de 2010

Porque hoje fiz um amigo...

... e coisa mais preciosa no mundo não há.

São 9 da manhã e eu que devia ter dormido, descansado, arrumado caixas e caixinhas passei as últimas 8 horas a falar no messenger com um amigo recém reencontrado.

Pela primeira vez é ele, e não eu, quem tem as memórias de nós.
E é tão bom, tão giro, tão estranho e tão assustador ao mesmo tempo... tenho fragmentos das lembranças dele e há fotos em que me vejo e sei que sou eu e ao mesmo tempo não sou.

Falar do que fomos, do que somos, do que podíamos ter sido. Criar pontes um dia perdidas.

E é tão bom e tão raro e tão especial ainda conseguir conversar com alguém assim. Horas esquecidos do tempo, sem dar por isso, e perceber de repente que é dia lá fora.

Que saudades que eu tinha de conversar assim :D

Momentos de paz

Hoje.
Por algumas horas. Não o dia todo, não em todas as vertentes. Mas paz, depois de tanto caos.

Sim, o meu amor é conturbado.
Sim, há 300 caixas e caixinhas nesta casa.
Sim, estou quase a mudar de vida outra vez e continuo assustada.
Sim, há um contrato para assinar e uma mudança para fazer e um milhão e meio de coisas para tratar.

Sim, nada mudou e tudo está diferente.
Mas hoje, apesar de algumas lágrimas inesperadas causadas por um comentário que eu não esperava ler, há alguma paz.

E isso, nos dias que correm, é um presente.
Ou a calmaria que antecede a tempestade.

7 de fevereiro de 2010

Posso gritar só um bocadinho???

Estou cansada.

De opiniões, de conselhos, de toda a gente ter alguma coisa a dizer sobre como e quando eu devia fazer a mudança, tratar dos contratos, estar em Lisboa ou no Porto…

De não conseguir dormir uma noite inteira (leiam-se cinco horas) sem sonhar e/ ou acordar 10 vezes há quase um mês, de acordar sempre cansada, da mão que arde e às vezes (ainda) perde a força), das complicações/ atrasos no contrato da casa nova, de ainda não saber nada da casa velha…

Do meu chefe que me complica a vida e os horários quando podia (e devia, eu mereço, acreditem) facilitar e já quer “empurrar-me” para o mundo novo que só devia começar dia 01…

De caixas e caixinhas, de subir e descer 20 vezes aquele escadote… das coisas que parecem Matrioskas lá em casa: cada vez que abro uma, há mais 30 lá dentro (ou um buraco negro já que parece não ter fim…)!!

Do caos em que aquela casa se transformou com caixas e caixinhas e sacos saquinhos e milhões de coisas por todo o lado…

Do que acaba no dia em que estiver em Lisboa “de vez”. Do que começa.
Já vos disse que 300 kms também têm muitas coisas boas?

De não saber quando é que isto vai finalmente acabar ou, pelo menos, começar a fazer sentido…
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAARRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGGHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!
Posso parar? Podem parar todos de dizer o que quer que seja??? Só um bocadinho? Para eu ter 10 segundos de silêncio e paz?? Podem?

Eu sei que não é por mal, que são todos uns queridos, que só querem ajudar e, acreditem, eu amo-vos de paixão mas, por favor, calem-se!!

Eu prometo que o urso não ataca nem se esconde na toca, só preciso de um bocadinho de silêncio para conseguir pensar…estou tão cansada…

A “lua-de-mel” com mamãe terminou ou está prestes a terminar. Está sempre a dar palpites e como já passou a fase de estar toda feliz e eu não faço as coisas como ela acha que eu devia fazer, há aquele tom irritado e despeitado que começa a aparecer e as conversas ficam bastante mais difíceis.

No emprego… estou mas não estou. Sabem como é quando as horas passam e nós não estamos realmente ali??? Não faço nada… nem para o velho nem para o novo… a cabeça a 1000 á hora, sem parar de pensar, fazer contas, prazos, coisas para resolver… a sensação de estar, literalmente, ali a perder tempo precioso… e não posso meter férias, não me deixam!!! Arrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrggggggggggggggggggggggghhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!

A minha amiga, os meus amigos, são uns queridos e alguns deles são mesmo os melhores amigos do mundo!!! mas na tentativa de ajudar aparece-me com cenários que me deixam em pânico (do tipo saio daqui com as coisas todas, chego a Lisboa, assino o contrato, dão-me a chave e eu faço a mudança! Tudo no mesmo dia! Com o “pequenino” detalhe que… se alguma coisa corre mal eu tenho de trazer tudo de volta para casa porque não há onde pôr em Lisboa). Até era capaz de ser o ideal, mas eu preciso de entrar na casa, tirar medidas ver melhor aquilo tudo… só lá estive uma vez, lembram-se? 20/ 30 minutos?

Vai na volta até faço mesmo isso tudo embora eu preferisse que fosse no dia seguinte… e ainda tenho de tratar da água e da luz e do gás… era assim mudar de casa? Quando aluguei a outra, já tinha isso tudo. Quando comprei esta, também, só tive de mudar os titulares dos contratos. Mas aqui? Nada… o que, feitas as contas, talvez até seja melhor. Quem sabe?

E de repente… falta pouco mais de uma semana e eu devia mudar de casa para a semana… raios!!!
Já vos disse que estou cansada?