8 de janeiro de 2010

Ainda a minha mão

Hoje, se tudo correr bem, vão tirar-me esta ligadura e hei-de recuperar alguma mobilidade.
Não há sentido de humor que resista a dores diárias (o frio não ajuda), braço ao peito e movimentos limitados por muito mais tempo...

Ontem fui trabalhar pela primeira vez desde que me cortei e achei curioso que, para além do natural espanto e preocupação, haja uma reacção comum: perguntam quase sempre "então, que te aconteceu? Torceste o braço, partiste?" e ao meu "não, foi uma faca que errou o alvo e acertou na minha mão", automaticamente passa a ser muito pior "que horror!!".

Senti-me quase os miúdos na escola quando comparam cicatrizes e mazelas como se o facto de lhes ter "sobrevivido" e ter histórias para nos contar os transformassem, de repente, em herois aos nossos olhos (e não, não me sinto minimamente heroína embora reconheça algum orgulho por não ter entrado em pânico e mantido a capacidade de tomar decisões sensatas sobre a minha mão. Sózinha).

É, aos nossos olhos, muito pior um golpe que um osso partido? Talvez seja realmente... pelo menos tem muito mais aparato... sangue por todo o lado, anestesia, pontos, dor. Não tinha pensado nisso dessa maneira mas até é capaz de ser...

A preocupação do chefe "tu ainda estás assim? De mão ligada e braço ao peito? Se calhar não devias ter vindo..."

E a oferta "generosa" de alguns colegas para me virem ajudar a lavar as costas e "tudo o que precisares..." Obrigada mas, a esse nível, já tenho a única "ajuda" que quero ;)

Mas, muito a sério e fora de brincadeiras, há coisas espantosas de que temos saudades depois de quase uma semana assim... como a simplicidade de sentir a água fria correr na nossa mão. Se vocês soubessem as saudades que eu tenho disso!!! Mexer na água... sentir a água na minha mão.

Talvez amanhã ;)

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