1 de junho de 2009

Lu

Por estes dias tenho saudades da tua leveza.
Dos tempos em que te ouvia durante horas falar de amores e desamores.
E eram tantos. Sempre tantos. Em cadeia. Por vezes em simultâneo.

Dos nossos cafés às 4 da tarde que se transformavam em jantares até de madrugada. Do fondue e das caipiroskas improvisados em fins-de-tarde.

Por esses dias o mundo era quase sempre mais leve. Mesmo quando havia feridas para lamber. Ouvir-te era esquecer-me de mim. E também era ter um ombro por perto em momentos complicados. Mesmo quando não sabia que o queria. Mesmo quando achava não precisar dele.

Não é do ombro, a falta que sinto. Ainda que me apetecesse, muito, partilhar tanto do meu mundo de hoje contigo. É da leveza. Do riso. Da inconsequência. Do “drama” que era o hoje sabendo que amanhã ia acontecer tudo outra vez.

O silêncio não acontece por acaso. E nós, tu, estamos em silêncio há muitos meses.

Demasiados dias. Demasiados “dramas”. Eu sei.

E também sei que a minha Saudade é egoísta porque vem da necessidade de esquecer. De não pensar. De olhar noutra direcção que não a minha. Que a leveza que hoje me faz falta, foi o que me fez sentir só nos meses em que o silêncio não era uma escolha.

Mas quero que saibas, tu que não me lês nunca, que tenho saudades tuas e que sinto a tua falta.

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